Viagem, perseguição e suspense
PublishNews, Redação, 14/02/2017
Publicado pela Fábrica 231 (Rocco) , livro faz referências aos jogos mentais de Hitchcock e Margaret Atwood
Uma longa viagem de carro ao interior entrecortada por
pensamentos sobre encerrar um relacionamento e a angústia com uma mórbida
perseguição telefônica. Alguma coisa ruim vai acontecer? O romance de estreia
de Iain Reid é um murro. Baseado em uma narrativa profundamente psicológica,
Eu estou pensando em acabar com tudo (Fábrica
231 / Rocco, 224 pp, R$ 39,50 – Trad.: Santiago Nazarian) é uma espécie de
thriller minimalista, que esconde muito bem o medo de uma tragédia iminente com
alegorias sobre a própria vida ser uma tragédia anunciada. No livro, o casal
protagonista viaja à fazenda da família de Jake, único personagem que tem o
nome citado no livro, para que a moça, que narra a trama, conheça os pais do
rapaz. Tanto a viagem aparentemente banal quanto a própria fazenda carregam
histórias sombrias no subtexto. A cabeça da garota está atormentada pela
perseguição de um homem misterioso que deixa sempre a mesma mensagem de voz,
mas não consegue contar a Jake. A casa da fazenda também tem seus traços
sinistros no porão e a história toda corre com a sensação de que estamos todos
só aguardando o inevitável.