Aos 92 anos, sobrevivente de Hiroshima conta a sua história em livro
PublishNews, Talia Facchini, 07/02/2017
Takashi Morita conta no livro ‘A última mensagem de Hiroshima’ como sobreviveu à bomba atômica que dizimou sua cidade. Livro chega às livrarias no final de março.

Takashi Morita, hoje, com 92 anos, conta em livro como sobreviveu à bomba atômica que dizimou sua cidade | © Divulgação
Takashi Morita, hoje, com 92 anos, conta em livro como sobreviveu à bomba atômica que dizimou sua cidade | © Divulgação

Quando a editora Marcia Batista estava nas tratativas para publicar o livro Eu sobrevivi ao Holocausto (Universo dos Livros), no qual Nanette Konig, colega de sala de Anne Frank, conta as suas memórias mais traumáticas, ela tropeçou em outra história igualmente rica. A de Takashi Morita, sobrevivente da bomba atômica que dizimou Hiroshima durante a Segunda Guerra Mundial. O resultado é o livro A última mensagem de Hiroshima, que chega às livrarias no final de março pelas mãos da Universo dos Livros. No volume, senhor Takashi, radicado no Brasil desde 1956, conta como foi sobreviver com a mente cheia de memórias traumáticas.

O jovem Takashi Morita quando servia ao Exército Imperial do Japão | © Divulgação
O jovem Takashi Morita quando servia ao Exército Imperial do Japão | © Divulgação
"Membro do Exército Imperial do Japão, o senhor Takashi sobreviveu a inúmeros riscos, além da bomba atômica de Hiroshima. Todavia, é a bomba e os horrores que ele passou naquele dia que não saem de sua memória mesmo após 70 anos do ocorrido. Ouvindo os relatos do senhor Takashi e as conseqüências deste dia tão cruel, senti um enorme vazio no peito por perceber a dimensão do sofrimento e da discriminação que aquele senhor e tantos outros sobreviventes tiveram de suportar. Logo percebi que, assim como Nanette, o senhor Takashi Morita passava por cima de suas dores e pesadelos para que a história não fosse esquecida e, principalmente, repetida", relata a editora.

Com o livro, apesar de todos os traumas, senhor Takashi quer passar uma mensagem de perdão. "Quando questionado a respeito de suas mágoas com relação aos norte-americanos, responsáveis pelo envio da bomba atômica a Hiroshima, o veterano responde: "Estavam apenas fazendo o seu trabalho", relembra a editora. “Acredito que é um projeto que tem muito potencial comercial, mas estou especialmente feliz pelo caráter humano do livro e por fazer com que este relato tão emocionante não caia no esquecimento”, acrescentou.

[07/02/2017 10:29:00]