Já vou avisando na primeira linha: estou revoltada! Revoltada com várias coisas, politicamente falando, feministicamente falando (existe essa palavra?!), enfim resolvi descontar toda a minha revolta escrevendo esta coluna =).
Como hoje o foco é revolta, vou falar várias coisas que vêm me revoltando no mercado editorial digital. O mercado editorial digital, em si, me irrita porque não somos um mercado diferente, nem um segmento marginal, nem um bando de nerds com doenças contagiosas que não podem se misturar ao restante dos funcionários da editora. Vamos nos misturar!! Não vejo mais sentido em criar eventos separados, não vejo mais sentido em criar listas de discussões que também não abranjam os temas: leitura, autores, financeiro, fornecedores, políticas públicas, marketing etc... Chega de segregação! Vamos à luta na democratização da leitura. Estamos todos juntos!
Vamos pensar formatos mais inteligentes de eventos, feiras, mídias digitais e aproveitar essa leva de autores jovens e antenados para sugar todas as ideias que pudermos.
Não tenho mais coragem de ir diante de uma plateia de colegas de profissão e ficar com o blá blá blá costumeiro sobre digital e no processo de convencimento de que o "digital é legal", "por favor, gostem de digital", "por favor, pensem no digital".
O trem passou, quem não pensou não pensa mais. Vamos ser realistas! Vamos olhar pra frente e encarar o fato de que estamos no mesmo barco e que o digital é um "mal" que não tem mais volta, assim como o streaming, o crowdfunding, o MP3, o Netflix e por aí vai. Não se discute mais isso! Não faz sentido!
Estou mais calma. Acho que amanhã eu melhoro e volto a colocar os óculos rosas.
Camila Cabete (@camilacabete no Twitter e Instagram) tem formação clássica em História. Foi pioneira no mercado editorial digital no Brasil. É a nova Head de Conteúdo da Árvore e a podcaster e idealizadora do Disfarces Podcast.
camila.cabete@gmail.com (Cringe!)
** Os textos trazidos nessa coluna não refletem, necessariamente, a opinião do PublishNews.