No livro, Maurício também abre seu baú de memórias ao falar da família, dos três filhos, também artistas, e das amizades. Recorda, por exemplo, momentos em que ninava Tim Bernardes, seu filho mais velho, durante as madrugadas de insônia – e que lhe renderam estrofes e ideias para composições como a própria Um dia útil e o sucesso Trovoa.
Maurício Pereira iniciou sua carreira nos anos 1980 com Os Mulheres Negras, duo com André Abujamra, com uma pegada vanguardista. São dessa época canções como Eu vi, Elza e Purquá mecê, interpretadas com verve cenográfica em performances irônicas feitas pela dupla. Em 1996, fez a primeira transmissão brasileira de um show pela internet, o que rendeu uma entrada no livro dos recordes. Desde então, o artista lançou seis álbuns solo autorais: Na tradição, Mergulhar na surpresa, Pra Marte, Pra onde que eu tava indo, Outono no Sudeste e o recente Micro, que recupera parte de seu repertório numa parceria com o guitarrista Tonho Penhasco.O novo livro perpassa todo o acervo letrístico do artista, repleto de narrativas sintéticas, cinematográficas, e, claro, urbanas.