Publicidade
Os esquecidos
PublishNews, Redação, 22/04/2020
Editora 34 publica nova edição de ‘Malagueta, perus e bacanaço’, de João Antônio

Lançado em 1963, o livro de estreia de João Antônio, Malagueta, Perus e bacanaço (Editora 34, 160 pp, R$ 47), tornou-se de imediato um clássico. O autor, então com 26 anos, movia-se com originalidade e força numa linhagem de prosadores já conhecidos, como Lima Barreto ou Graciliano Ramos. Ao mesmo tempo, seus nove contos concisos e diretos, isentos de sentimentalismo, recriavam saborosamente o ritmo e o léxico da língua popular de uma São Paulo em grande parte desconhecida dos leitores - a língua do pé-de-chinelo, do zé-ninguém, do pobre-diabo que chuta tampinhas pela rua e bebe pelos botecos. Na geografia desta obra de tintas autobiográficas, onde subúrbios paulistanos são cortados por linhas férreas, os esquecidos da história lutam por sua sobrevivência, muitas vezes à margem da lei. Ambientado nos bairros do centro e da periferia da capital paulista no final dos anos 1950, início dos 60, por este livro desfilam pequenos funcionários, soldados rasos, boxeadores, ferroviários, prostitutas, engraxates, camelôs, malandros e desocupados que, pelas mãos de João Antônio, entraram pela porta da frente de nossa literatura.

[22/04/2020 07:00:00]
Matérias relacionadas
O leitor brasileiro poderá observar o elo decisivo da tradição filosófica que vem dos românticos alemães e passa por Schopenhauer, Nietzsche e Brandes
'Jogo da forca', publicado pela Editora 34, reúne traduções da obra de Christian Morgenstern feitas ao longo do século XX por poetas e críticos brasileiros
Em 'O segredo das larvas', Stefano Volp explora trama que levanta questões contemporâneas como segregação racial, colorismo e desigualdades sociais; obra é uma mistura de 'Jogos vorazes' e o ' O conto da Aia'
Leia também
Nova publicação da Editora Nacional traz provocações do filósofo Luiz Felipe Pondé em relação a dilemas atuais como religião, progresso da espécie humana e crise de confiança
'A dívida impagável' implode o edifício da filosofia ocidental e oferece não apenas um instrumental teórico, mas também uma metodologia expositiva para examinar a modernidade e o capitalismo
Hadjadj convida o leitor a refletir sobre a divindade não como um tema central imposto, mas algo que transcende a linguagem