Para o poeta Iuri Pereira, escrever poemas é uma atividade muito livre. “Em um pequeno número de casos ela redunda em uma publicação. Entretanto, enquanto é mantida em regime de circulação particular a poesia opera como uma autoterapia verbal, externando-nos para nossa própria contemplação e análise”, escreveu o autor. Na visão do poeta, o rascunho manuscrito em qualquer superfície é o poema lido-escrito-reescrito simultaneamente por seu único e coincidente autor e leitor. Fazer um livro com esse material inóspito, descontínuo e contingente que é a experiência sensível que produz a expressão lírica já é outra coisa, e o resultado está no livro Dez poemas da vizinhança vazia (Hedra, 96 pp, R$ 15), que será lançado nesta quinta-feira, 28/11, na Livraria da Vila (Rua Fradique Coutinho, 915, São Paulo), a partir das 18h.