Três Perguntas do PN para Rafaela Lamas, coeditora do selo Autêntica Contemporânea
PublishNews, Guilherme Sobota, 27/06/2023
​Com apenas um ano e meio de atividades, mas no âmbito de uma casa editorial com experiência e qualidade reconhecida​​, o selo já consolidou sua marca no mercado nacional

Com apenas um ano e meio de atividades, mas no âmbito de uma casa editorial com experiência e qualidade reconhecida, o selo Autêntica Contemporânea já consolidou sua marca no mercado nacional, publicando autores brasileiros e estrangeiros que têm reunido boa repercussão crítica e de público. Em entrevista ao PublishNews, a coeditora do selo, Rafaela Lamas, apontou as perspectivas de publicação para os próximos meses: O garoto do meu pai, da francesa Emmanuelle Lambert em tradução de Adriana Lisboa, novos livros de autoras já no catálogo, como a equatoriana Mónica Ojeda e a mexicana Cristina Rivera Garza, e novas edições de Deborah Levy.

"A ambição por reconhecimento da crítica e do nosso público leitor sempre fez parte desse planejamento. Mas, claro, deixamos espaço para nos surpreendermos. A graça, no fim das contas, está aí. Como balanço, posso dizer que boa parte das nossas expectativas se concretizaram, e aqui me refiro também aos desafios para tornar sustentável um projeto como este", atesta a editora. Leia a entrevista:

PublishNews – O selo tem apenas um ano e meio, mas já conseguiu consolidar uma linha editorial, com grande destaque crítico. Qual é o balanço que você faz desse período inicial?

Rafaela Lamas – A Autêntica Contemporânea foi um projeto gestado por muito tempo antes de ser anunciado. Primeiramente, no âmbito da vontade da Rejane Dias, fundadora do Grupo Autêntica, que há mais de 20 anos aguardava o momento mais adequado para inaugurar um selo voltado especificamente para a publicação de ficção contemporânea. Depois, passamos em torno de um ano e meio planejando a estreia do selo, definindo o catálogo que representaria nossa chegada ao mercado.

A ambição por reconhecimento da crítica e do nosso público leitor sempre fez parte desse planejamento. Mas, claro, deixamos espaço para nos surpreendermos. A graça, no fim das contas, está aí. Como balanço, posso dizer que boa parte das nossas expectativas se concretizaram, e aqui me refiro também aos desafios para tornar sustentável um projeto como este. Nesse sentido, ser um braço da Autêntica Editora, com seus mais de 25 anos de trajetória, e ser um dos selos do Grupo Autêntica, é estratégico.

E nos surpreendemos com a rapidez com que a Autêntica Contemporânea chamou a atenção do mercado. Em termos de construção de catálogo, já temos indicativos bastante sólidos dos acertos e do que não vale a pena seguir investindo neste momento.

Como tem sido o seu trabalho de descoberta de autores e novos trabalhos, dentro e fora do Brasil? (Para os autores/as latino-americanos, alguma Feira se revelou especialmente importante, por exemplo?)

Somos hoje três mulheres à frente do selo (além de mim, integram a equipe direta da Autêntica Contemporânea a escritora Ana Elisa Ribeiro e Rejane Dias, diretora executiva do Grupo) e temos uma rotina de prospecção e avaliação de originais muito intensa e compartilhada. Ao mesmo tempo em que fazemos movimentos ativos de observação do que está sendo produzido, buscando captar o que mais nos interessa, temos mantido as portas abertas para novas propostas.

Nesse sentido, o bom relacionamento com agências literárias, editoras e livrarias no Brasil e no exterior é determinante. O primeiro ano do selo demandou um pouco mais dos nossos "movimentos ativos": foi um ano de apresentação para o mercado, de encontrar autores que estivessem dispostos a crescer com o selo. Mas, com a repercussão do projeto e a consolidação da marca, tem sido muito interessante perceber que a Autêntica Contemporânea já é considerada como uma das principais editoras do segmento. Com isso, muito mais originais de qualidade em língua estrangeira e de autores brasileiros estão chegando. Ainda assim, não pretendemos deixar de lado as buscas ativas por novidades para o catálogo.

Quais são os planos para o futuro? O que podemos falar de perspectiva de novos títulos?

Ainda em 2023, vamos lançar O garoto do meu pai, da francesa Emmanuelle Lambert em tradução de Adriana Lisboa. O livro, já em pré-venda, é um surpreendente relato dos últimos dias de vida do pai da autora, e chega para engrossar o caldo das autoficções no mercado. Teremos, ainda, novos livros de autoras que já marcaram presença no catálogo do selo, como a equatoriana Mónica Ojeda e a mexicana Cristina Rivera Garza. Para 2024, podemos antecipar novidades de Deborah Levy: após a publicação, em 2023, da trilogia autobiográfica da autora, vamos investir em seus romances, começando pelo mais recente e ainda inédito no Brasil, August Blue. Depois virão ainda Hot Milk (também inédito no Brasil) e a reedição de Nadando de volta para casa.

[27/06/2023 11:00:00]