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O engenheiro do livro
PublishNews, Talita Facchini, 08/10/2020
Iniciando a série de conversas com os cinco Jovens Talentos deste ano, o PublishNews Entrevista desta semana recebeu André Fonseca, editor da Citadel

A partir desta semana, o PublishNews Entrevista, programa da PublishNewsTV que quer compor um arquivo da memória editorial brasileira, começa uma série de conversas com os cinco Jovens Talentos da indústria do livro deste ano. Cinco nomes de diferentes áreas do mercado editorial que se destacaram, cada um da sua maneira e que já têm muita história para contar. Nesta semana, quem conversou com André Argolo foi seu xará, André Fonseca, editor da Citadel.

Jovem de corpo e velho de alma, como ele próprio se define, André entrou para o "mundo do livro" por acaso. Estudou Letras com o objetivo de se tornar professor, mas no meio do caminho surgiu a oportunidade de um estágio na Saraiva e logo nos seus primeiros anos de trabalho descobriu "um mercado fascinante" e que ele não largou mais. Depois da Saraiva, André passou pela LeYa, Escala, Novo Século e Planeta até chegar na Citadel.

No meio esse caminho, encontrou pessoas que marcaram sua história e o ajudaram a se tornar um "jovem talento". Sobre o prêmio, André acredita que o mais legal é perceber a visão que as pessoas têm do seu trabalho. "A gente não tem muita noção disso, de como as pessoas te veem e veem o seu trabalho. É muito legal ver outras pessoas muito grandes, pessoas que foram importantes para a minha carreira, que trabalharam comigo, mas que também estavam mais distantes, enxergando as coisas que eu estava fazendo. Ver essas pessoas comentando o seu trabalho foi a parte mais legal disso tudo", disse.

Sobre sua infância, André credita todo o seu interesse pelo livro ao seu pai, Valdomiro. "Costumo dizer que se eu estou aqui, se eu gosto de livro e trabalho com livro, esse crédito tem que ser para o meu pai, ele sempre foi o maior incentivador de leitura para mim e para o meu irmão", lembra. “Meu pai era um cara que lia e a gente achava legal ler também, igual o pai fazia. Acho que esse movimento natural da leitura é o que falta hoje”, acredita André.

O seu trabalho como editor, claro, não ficou fora da conversa. Para André, o editor é "mais ou menos" como um engenheiro. "Ele pode até construir o muro se precisar, colocar o piso, mas não necessariamente ele é o cara que vai fazer tudo isso sempre. Ele é o cara que tem que fazer com que o prédio não caia, essa sempre foi a minha função”, define. O 'engenheiro do livro' acredita ainda que além da visão comercial que todo editor tem que ter, ele precisa também entender que cada livro é único e é isso o que faz a diferença no seu trabalho na Citadel.

Quando questionado sobre o que quer para o futuro, André responde rápido: "Quero continuar fazendo livro. E espero que eu possa encontrar outros best-sellers, quero publicar mais, outros Mais esperto que o diabo, quero encontrar outros livros que todo mundo diz que não pode lançar e quando lança funciona, porque esse sempre foi o sonho de consumo de todo editor: publicar o que as pessoas falam que não vai funcionar e quando publica, funciona. Essa é a maior satisfação do nosso trabalho", brincou.

Na conversa, André falou ainda sobre a importância do livro, de se conhecer todos os processos da cadeia, do que acredita para o mercado editorial e sobre o trabalho dos agentes literários.

O PublishNews Entrevista é um oferecimento do #coisadelivreiro, consultoria em marketing e inteligência de negócios para o mercado editorial. Além de estar disponível no canal do PublishNews no YouTube, este episódio está disponível em áudio também pelas plataformas digitais: Spotify, iTunes, Google Podcasts e Overcast.

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[08/10/2020 10:00:00]
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