Dos 20 livros na Lista de Mais Vendidos do PublishNews desta semana, 13 são de autores brasileiros. Um deles, que faz sua estreia na Lista, é O despertar do universo consciente (Record), do físico e pesquisador Marcelo Gleiser, professor da Dartmouth College, nos EUA. Gleiser veio ao Brasil e participou de diversos eventos e entrevistas, incluindo no programa Roda Viva, da TV Cultura. A Lista de Mais Vendidos do PublishNews contabiliza vendas em 39 livrarias (entre redes, como a Leitura e a Curitiba, e independentes, como a Livraria da Tarde e a Travessia Livraria). A ideia é funcionar como um termômetro das vendas nas livrarias nacionais. O período contabilizado pela Lista nesta sexta-feira é de 11 a 17/03. Outra das novidades da semana é o livro Uma família feliz (Companhia das Letras), novo romance de Raphael Montes, que aparece na Lista de Ficção: a editora conta que uma ação de marketing com influenciadores nas redes sociais ajudou o feito, embora Montes seja presença frequente na relação com seus livros. A ação pediu para influenciadores publicarem vídeos como se tivessem recebido errado o primeiro capítulo do livro do Raphael, que era “confidencial”. A ação foi considerada um sucesso e gerou em poucos dias milhares de acessos ao capítulo liberado – e se reflete agora na presença do livro na Lista. Clique no Leia Mais para ler a matéria na íntegra.

O edital 2024 do Prêmio Sesc de Literatura foi publicado nesta quinta-feira (21), com uma alteração significativa: os livros vencedores passam a ser publicados pela Editora Senac Rio, interrompendo uma parceria de 20 anos com o Grupo Editorial Record. Em nota, a Record disse lamentar o fim da parceria e desejou sucesso à nova fase do projeto. Além das já tradicionais categorias Romance e Conto, o projeto a partir deste ano conta com mais um gênero: a Poesia. Além disso, os vencedores também receberão uma premiação em dinheiro no valor de R$ 30 mil (para o vencedor de cada categoria). As inscrições serão abertas no dia 25 de março. Há um temor no setor editorial de que a instituição realize alterações nos critérios de julgamento após indefinições e acusações de tentativa de censura relacionadas a um trabalho vencedor no ano passado, o romance Outono de carne estranha (Record), de Airton Souza. No edital de 2024, uma mudança chamou a atenção de alguns observadores do mercado, logo na apresentação do Prêmio no edital. Em 2023, o edital previa livros “destinados ao público adulto”. Agora, o edital prevê livros “destinados a todos os públicos”. Questionado, o Sesc afirmou que a mudança busca ampliar o público das obras. "Quando falamos em todos os públicos, incluímos as obras destinadas ao público adulto. Não há nenhum prejuízo aos participantes; pelo contrário, queremos abranger mais escritores na premiação. A mudança foi feita para ampliar o público das obras do Prêmio Sesc de Literatura", diz nota do Sesc. Clique no Leia Mais para ler a nota na íntegra.

O caso de censura envolvendo o livro O avesso da pele (Companhia das Letras) continua ganhando novos capítulos. Na quinta-feira (21), o Poder 360 noticiou que o secretário de Educação do Paraná Roni Miranda afirmou que atualmente discute-se que a obra de Jeferson Tenório seja redistribuída para alunos do EJA (Ensino de Jovens e Adultos) do Estado, que tem mais de 18 anos. No início do mês, o livro foi recolhido das escolas de Curitiba. Na Folha, a cobertura sobre o apagão no centro de São Paulo informou que houve espaços culturais fechados e cancelamento de lançamentos de livros. A Folha e o Estadão repercutiram a nova autobiografia do Papa Francisco. Os textos falam, principalmente, pela postura do Pontífice de se posicionar sobre grandes acontecimentos. A matéria do Estado destacou fatores considerados "inusitados", como sua namorada do passado, comunismo e bastidores. N'O Globo, o escritor César Aira diz que literatura "está muito preguiçosa". Autor terá nova leva de livros editados no Brasil pela editora Fósforo. No g1, a notícia sobre livro holandês de mais de 300 anos furtado de museu no Brasil e recuperado em Londres pela Polícia Federal. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

A 1ª edição do Prêmio Amazon de Literatura Jovem, premiação da Amazon Brasil em parceria com a HarperCollins, já possui a lista dos cinco finalistas: Camila Sodré, Juliana Giacobelli, Julie Pedrosa, Rodrigo Goldacker e Tati M. Ribeiro. O prêmio tem como objetivo reconhecer autores e autoras independentes do segmento Jovem-Adulto com obras publicadas na plataforma Kindle Direct Publishing (KDP), ferramenta de autopublicação da Amazon. Na primeira edição do prêmio, a vencedora ou o vencedor receberá o valor de R$ 35 mil, sendo R$ 10 mil em adiantamento de royalties da HarperCollins, e terá sua obra publicada na versão impressa pelo novo selo literário que será lançado pela editora, voltado para o público Jovem-Adulto, ainda neste ano. “Os livros estão no nosso DNA desde o dia 1, e por isso queremos incentivar a literatura nacional, impulsionando jovens autores e autoras independentes com suas obras”, comenta Ricardo Perez, líder do negócio de livros da Amazon no Brasil, em nota. Os cinco finalistas também terão o audiolivro de suas obras produzidos e disponibilizados pela Audible, serviço de audiolivros da Amazon. Clique no Leia Mais para ler a nota na íntegra.

A Editora Melhoramentos está em busca de um(a) Divulgador Comercial para o time de Divulgação Escolar de São Paulo e Paraná. As principais atividades serão cumprimento de roteiros pré-definidos para cobertura da carteira e mercado objetivo proposto com visita a escolas; atingimento de metas; análise de desempenho do mercado em geral e do setor de atuação; participação em eventos, feiras, exposições, palestras, entre outros; interação com clientes (autores, distribuidores educacionais, prestadores de serviços, escolas, entre outros). É necessário experiência em rotinas de visitas externas, divulgação de produtos e serviços do ramo editorial; ter atuado com divulgação escolar de literatura é diferencial; disponibilidade para viagens; conhecimento em pacote Office e ferramentas de CRM; conhecer o sistema Protheus será um diferencial; Ensino Superior Completo. Entre os benefícios, estão Plano de Saúde, Plano Odontológico Vale Alimentação e Vale Refeição, Day Off de aniversário, Seguro de Vida, Vale Transporte e Cooperativa de Crédito. Vaga para São Paulo - SP e Curitiba - PR. Interessados devem enviar CV para: trabalhe-conosco-melhor@melhoramentos.com.br.

A Lote 42 procura um assistente comercial. As funções no cargo envolvem gestão de consignação, emissão de notas fiscais, gestão de entregas, entre outras. São requisitos ter conhecimento do Pacote Office (em especial o Excel) e experiência na área comercial. Conhecimento do sistema Literarius é considerado um diferencial. O trabalho é presencial em São Paulo e a contratação é em caráter CLT. Interessados devem preencher o formulário disponível em http://bit.ly/querotrabalharna...

“Ensina-se ou aprende-se a escrever?” Muito se foi discutido sobre esta frase. Nesses momentos de impasse sobre se é possível ou não ensinar a escrita ficcional, não ficcional e/ou poética, lembro sempre de uma palavra em francês. Apprendre pode significar aprender, mas também ensinar na língua francesa. Este significado duplo cai feito uma luva no aprendizado da Escrita Criativa. Uma das grandes (e poucas) certezas de quem deseja se tornar uma pessoa que escreva melhor, é que se precisa ler muito e os bons para engrandecer o que escrevemos; é preciso escrever diariamente, mesmo que não publiquemos, para treinar nossa arte; é preciso se preparar para quando a ideia ou inspiração iluminar nosso espírito. Ou como Ariano Suassuna afirma em Iniciação à estética: aliar a técnica, ou estudo contínuo, com o ofício, ou escrita diária, para quando a intuição criadora descer do sol feito uma ave de rapina, estarmos preparados para darmos o salto e criarmos uma obra de arte. “Quem escreve é solidão. Mas Escrita Criativa é comunidade”. Clique no Leia Mais para ler o artigo na íntegra.

A face mais doce do azar (Editora Claraboia), novo romance da escritora paulista Vera Saad, será tema de um bate-papo de lançamento neste sábado, dia 23 de março, às 14h, no Jardim da Casa das Rosas (Av. Paulista, 37, Bela Vista – São Paulo / SP), com participação da autora e da pesquisadora Débora Tavares, mestre e doutora em Literatura pela Universidade de São Paulo, onde pesquisou a obra de George Orwell e sua relação com a História. No evento, intitulado “Nas malhas da história: ficção hoje”, as fronteiras entre ficção, história e política serão debatidas, trazendo a utopia e a distopia em destaque na literatura contemporânea. Clique no Leia Mais para ler a nota na íntegra.

A Livraria da Vila da Fradique Coutinho (Rua Fradique Coutinho, 915 – São Paulo / SP) recebe no domingo, dia 24 de março, às 15h, o autor Raphael Montes para sessão de autógrafos do livro Uma família feliz (Companhia das Letras) publicado pela Companhia das Letras, que deu origem ao longa-metragem homônimo com Grazi Massafera e Reynaldo Gianecchini. A participação na sessão de autógrafos de Uma família feliz se dará por meio de senhas, distribuídas na própria unidade da Fradique. No livro, Montes, que também é criador da série original Bom dia, Verônica (Netflix) e da novela Beleza fatal (HBO), desbrava as tensões das relações familiares e do mundo de aparências de um condomínio perfeito, em uma trama complexa sobre infância e maternidade. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

Becos da memória (Pallas) é considerado um dos mais importantes livros memorialistas da literatura contemporânea brasileira. Conceição Evaristo traduz, a partir de seus muitos personagens, a complexidade humana e os sentimentos profundos dos que enfrentam cotidianamente o desamparo, o preconceito, a fome e a miséria; dos que a cada dia têm a vida por um fio. Sem perder o lirismo e a delicadeza, a autora discute, como poucos, questões profundas da sociedade brasileira. Para compartilhar e discutir essa história, a Biblioteca Parque Villa- Lobos convida os leitores a se juntarem ao clube de leitura on-line, em parceria com a BibliON - biblioteca digital gratuita de São Paulo. O encontro será no dia 28 de março, das 15h às 17h. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

Umas das maiores ficcionistas do século XX, Virginia Woolf foi também ensaísta prolífica e inovadora, tendo escrito profissionalmente resenhas e artigos para periódicos, como o Times Literary Supplement, durante toda sua vida. Tal como na prosa de ficção, também nos ensaios ela ultrapassa os limites dos gêneros literários, propondo uma forma de pensar e de escrever mais aberta e menos categórica, que não se conformava aos padrões vigentes, de tradição fortemente masculina: “um livro de mulher não é escrito como seria se o autor fosse homem”. Os ensaios reunidos neste volume de Ensaios seletos (Editora 34, 336 pp, R$ 92 – Trad.: Leonardo Fróes) — com seleção, tradução, apresentação e notas de Leonardo Fróes — foram escritos entre 1905 a 1940 e cobrem os principais temas de sua vasta produção, com destaque para os ensaios literários e os biográficos, ambos majoritariamente dedicados a figuras femininas, como Jane Austen, as irmãs Brontë, Christina Rossetti e Mary Wollstonecraft, cujas vidas e obras Virginia resgata e homenageia. No âmbito da teoria, Ficção moderna, Carta a um jovem poeta ou Poesia, ficção e o futuro revelam uma escritora com enorme integridade crítica e capacidade analítica. Mulheres e ficção, de 1929 (protótipo do famoso ensaio Um quarto todo seu), permanece até hoje um estudo inspirador sobre as condições materiais e simbólicas da literatura escrita por mulheres. Já em A morte da mariposa, Virginia Woolf conjuga reflexão filosófica e alta carga dramática ao tratar de um acontecimento tão singelo quanto a morte de um inseto. No conjunto, estes Ensaios seletos franqueiam ao leitor o acesso a uma das mentes mais brilhantes da história da literatura, em textos de uma lucidez e atualidade.

Como um historiador lê a literatura? Como a ficção se relaciona com a história? Júlio Pimentel Pinto oferece em Sobre literatura e história (Companhia das Letras, 272 pp, R$ 99,90) respostas a essas perguntas. Mediante uma escrita, ele nos convida a indagar sobre os caminhos possíveis de serem traçados entre os protocolos discursivos da história e as formas especulativas da ficção, sinalizando não apenas a permeabilidade de seus limites, mas, sobretudo, a distinção que as legitima enquanto práticas e saberes. A partir da leitura de autores como Julio Cortázar, Jorge Luis Borges, Ricardo Piglia, Octavio Paz, Juan Carlos Onetti, Milton Hatoum, Edgar Allan Poe, José Martí, Sousândrade, Raymond Chandler, entre outros, Júlio Pimentel Pinto coloca em evidência indagações compartilhadas entre o fazer do historiador e o do escritor – sem que a ficção surja como ilustração de um argumento histórico e sem que a história se preste a compor mero pano de fundo para a escrita da ficção. Sobre literatura e história é um livro para todos aqueles que se interessam por literatura e por história, em diálogo, combinando olhares, contaminando-se mutuamente.

Kafka indignado (Edusp, 448 pp, R$ 68 – Trad.: Iraci D. Poleti e Regina Salgado Campos), de Pascale Casanova, revela a imagem de um escritor combativo, indo além da análise de suas posições políticas, de seu lugar no mundo social, de sua relação com a identidade judaica ou de sua relação com o pai. Fundamentada em rico material documental (textos de ficção, diários íntimos, correspondência), a autora nos apresenta um autor cindido em sua condição de dominado entre o espaço literário antigo e poderoso da cultura alemã e os espaços recentes e desprovidos de força simbólica da literatura tcheca e judaica, unidos em torno de uma definição política de sua especificidade. Como se lê na quarta capa do volume, Pascale Casanova revela um autor “impregnado pela ira contra todas as formas de dominação – o que dá sentido à sua obra, revestida por um élan difuso de cólera, raiva e indignação”. Na introdução de Kafka Indignado, Pascale escreve: “Quis me distanciar, na teoria e na prática, da ilusão que consiste em acreditar que se terá acesso à vida secreta e íntima de Kafka buscando-a em seu diário ou em sua correspondência. Os escritos ‘íntimos’ são engodos que só revelam uma superfície enganosa. Kafka não confidencia neles nenhuma ‘verdade’, em todo caso nenhuma ‘profundeza’ que daria acesso às ficções, nenhuma chave permitindo entrar no segredo da obra. A obra não é uma coisa secreta: é a marca das únicas formas de tomadas de posição sobre todos os assuntos que lhe eram caros. Em outras palavras, nos textos de ficção é que se deve buscar a resposta às questões que nos colocamos sobre as reais convicções de Kafka”.

Fruto das pesquisas e análises de Alice de Araújo Nascimento Pereira, Crônicas de Gilead: reprodução social e controle do corpo feminino em O Conto da Aia (Caravana) mergulha nas questões da condição feminina, na sujeição do corpo e apropriação da potência reprodutiva e do trabalho das mulheres. O objeto de estudo é o romance distópico O conto da Aia (Rocco), de Margaret Atwood, e sua adaptação seriada, The Handmaid’s Tale, que retratam o declínio da taxa de natalidade como razão para a ascensão de um regime teocrático cristão chamado Gilead. Esse regime é calcado na exploração das mulheres de diferentes maneiras. Neste cenário, elas são divididas em castas, obrigadas a trabalhar para manter o funcionamento do sistema que as controla e forçadas a engravidar. O romance e a série se tornaram ícones para as feministas do mundo inteiro, pois retratam um amálgama de pesadelos para as mulheres, mas que ainda assim são bem reais e atuais, com inspirações historicamente verificáveis. “Almejamos discutir as representações que tais obras tecem acerca do controle do corpo da mulher e seu potencial reprodutor por meio da crítica literária e da teoria da adaptação, dialogando com a teoria feminista, fazendo as pontes entre a ficção e o contexto contemporâneo”, observa Alice. Questionar o papel da mulher na sociedade, abre espaço para reflexões profundas sobre nossa realidade. O romance analisado, apesar de fictício, ecoa situações factuais. O evento de lançamento do livro Crônicas de Gilead: reprodução social e controle do corpo feminino em O Conto da Aia e sua adaptação será no dia 10 de abril, no IFFluminense – campus Macaé (Rod. Amaral Peixoto, Km 164 – Macaé / RJ), às 19h.