Discutir a fundo o mercado editorial, botando o dedo nas feridas sempre que necessário, pero sin perder la ternura jamás. É meio esse o espírito da Casa PublishNews, que neste ano volta à Festa Literária Internacional de Paraty, a Flip 2022, sendo parceira oficial do evento. De 23 (quarta-feira) a 26 de novembro (sábado), um sobrado à Rua Tenente Francisco Antônio, 300 – a chamada Rua do Comércio, ao lado da Sorveteria Pistache –, será palco de uma série de conversas a respeito da indústria do livro no Brasil e no exterior. Entre os confirmados na Casa, estão Vitor Tavares, presidente da Câmara Brasileira do Livro (CBL); os autores Flávia Reis, Jacques Fux, Pedro Rhuas e Chico Felitti, entre muitos outros. Nesta edição, a Casa PN atraiu um número recorde de parceiros comerciais. São 19 ao todo, entre patrocinadores master (CBL e Transpo Express), patrocinadores e outras empresas. Clique no Leia mais para ver a programação completa.

O 10° Painel do Varejo de Livros no Brasil de 2022, que apura as vendas das principais livrarias e supermercados no país, aponta mais uma performance positiva para o setor mesmo com uma leve diminuição no volume de livros comercializados. No novo painel divulgado pela Nielsen Bookscan e o Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL), o faturamento do período de 12 de setembro a 09 de outubro chegou a R$173,36 milhões, contra os R$164,82 milhões registrados em 2021, o que representa uma variação positiva de 5,18%. No volume, a queda foi de 3,39%, com 4,03 milhões de livros vendidos, contra 4,17 milhões no mesmo período em 2021. Já o preço médio teve uma alta de 8,87%, saindo de R$ 39,52 no ano passado para R$ 43,03 em 2022. Segundo análise da Nielsen, as ações promocionais e as vendas realizadas nos dias que antecedem ao Dia das Crianças foram determinantes para o resultado. No acumulado do ano, mais resultados positivos, porém com o mesmo ritmo de desaceleração visto nos painéis anteriores. No valor, a variação positiva foi de 8,77% com a arrecadação de R$ 1,9 bilhão do início do ano até meados de outubro, enquanto no mesmo período em 2021, o valor ficou em R$ 1,74 bilhão. Em volume, o mercado livreiro registrou 43,9 milhões de livros comercializados contra 42,05 milhões em 2021, uma variação positiva de 4,41%. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

Com grande expectativa para a sua 24ª edição, a Festa do Livro da USP, que vai de quarta-feira (9) até sábado (12), marca a volta do evento presencialmente depois de dois anos com modelos on-line. A importância da feira já se concretizou no mercado editorial, e mais de 190 editoras, entre grandes e pequenas, estarão presentes; mas a grande questão desta edição é o impacto dos 50% de desconto no mercado. O diretor da Divisão Técnica Comercial da EDUSP (Editora da Universidade de São Paulo), Márcio Pelozio, garante: para 2023, quando a Festa completa 25 anos, haverá mudanças. “Para este ano, as expectativas são extremamente positivas”, afirma o diretor. O Podcast do PublishNews é um oferecimento da MVB, a empresa que torna os seus livros visíveis com serviços como Metabooks e Pubnet, e da UmLivro, novo modelo de negócios para o mercado editorial: mais livros e mais vendas. Você também pode ouvir o programa pelo Spotify, iTunes; Google Podcasts, Overcast e YouTube. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

A Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo anunciou no sábado (05) os vencedores da 15ª edição do Prêmio São Paulo de Literatura, o maior do País em premiação individual para o gênero. O gaúcho radicado em São Paulo Antonio Xerxenesky venceu na categoria “Melhor Romance do Ano de 2021”, com o livro Uma tristeza infinita (Companhia das Letras), que acompanha um jovem psiquiatra francês convidado para trabalhar na Suíça logo após o fim da Segunda Guerra Mundial. Tendo como pano de fundo o contexto de desenvolvimento das primeiras drogas contra a depressão e outras doenças psíquicas, Xerxenesky constrói um romance sobre os traumas, o passado e a possibilidade de ser feliz apesar do sofrimento. Já na categoria “Melhor Romance de Estreia do Ano de 2021”, a premiada foi a paulista Rita Carelli com a obra Terrapreta (Editora 34). O livro acompanha uma adolescente que tem sua rotina alterada da noite para o dia e deixa a vida de estudante num colégio de classe média em São Paulo para morar numa aldeia indígena do Alto Xingu. Ambos os vencedores levam para casa R$ 200 mil. Clique no Leia mais para conferir a íntegra desta nota.

A Folha adiantou aos leitores um especial sobre o escritor português José Saramago, cujo centenário será celebrado no próximo dia 16. As matérias retomam sua trajetória ao Prêmio Nobel de Literatura, falam sobre seu posicionamento político, sempre à esquerda, e listam 10 livros essenciais. Já o jornal O Globo reuniu em matéria autores como Aparecida Vilaça, Maria José Silveira e Leonardo Boff, todos envolvidos em lançamentos que homenageiam as culturas dos povos originários do Brasil. O Estadão entrevistou o escritor cubano Leonardo Padura, cujo romance de estreia, Febre de Cavalo, é lançado agora no Brasil pela Boitempo. O jornal também preparou uma lista de livros que explicam o que é o nazismo. No mesmo assunto, o Valor publicou uma matéria sobre o livro Hitler e seus Comediantes na Tragicomédia, reunião de reportagens do jornalista José Jobim publicadas nos anos 1930 e reunidas agora em nova edição pela Topbooks. Clique no Leia mais para conferir a íntegra desta nota.

Lançado no final de 2020, o projeto de renovação da marca da Editora Rocco ganhou um prêmio na área de marketing. Desenvolvido pela agência carioca Packaging Brands, a renovação, que teve como objetivo modernizar o branding da Rocco, ganhou a medalha de prata na categoria “Case de Branding ou Design Corporativo” do Prêmio Colunistas Rio de Janeiro. Para a renovação da marca, a Packaging Brands buscou uma linguagem visual "mais emocional e contemporânea", que refletisse a essência da editora e que também "mantivesse o charme da tradição". O conceito do projeto foi construído em torno do arquétipo do mago, um símbolo da busca da editora pelo encantamento da leitura. O trabalho – que durou três meses – incluiu ainda uma reestruturação do sistema de selos da casa. Os títulos voltados para as crianças (de 0 a 9 anos) passaram a circular com o selo Rocquinho. Já as obras escritas para jovens (de 10 a 14 anos) e jovens adultos (15+) mantiveram a marca Rocco, mas ganharam grafismos e cores para atrair um público conectado com o TikTok e o Instagram. Nos livros de fantasia, em especial, o selo Rocco ganhou pequenas estrelas que remetem às narrativas do universo de Harry Potter. Clique no Leia mais para conferir a íntegra desta nota.

Entre os dias 9 e 12 de novembro, a cidade de São Joaquim da Barra, no interior de São Paulo, realiza a 13ª edição da sua Feira do Livro, mais uma festa literária regional que retoma o formato presencial. Neste ano, a homenageada é a poeta goiana Cora Coralina e a programação vai das 8h às 21h. As atividades serão realizadas em dois locais: no Parque de Exposições Tancredo Neves (Rua Pará – São Joaquim da Barra / SP) onde estarão os palcos Cora, Aninha e espaço Coralina; e o Auditório Arthur Parada (Rua Sergipe, 1944 – São Joaquim da Barra / SP). O evento é realizado pela Fundação do Livro e Leitura de Ribeirão Preto em parceria com a Prefeitura Municipal e patrocínio da Usina Alta Mogiana. A 13ª Feira do Livro de São Joaquim da Barra é mais uma festa literária que movimenta o interior do Estado de São Paulo neste segundo semestre. “A programação foi preparada para atender ao público local e regional focada no incentivo à descoberta do prazer da leitura, na oferta de contato e acesso a diferentes linguagens culturais e na valorização da cultura brasileira e sua produção diversa. É um prazer poder realizar novas feiras do livro na região, disseminando a cultura e criando novos leitores”, destaca Dulce Neves, presidente da Fundação do Livro e Leitura de Ribeirão Preto. A Feira do Livro de São Joaquim da Barra é totalmente gratuita. Confira a programação completa aqui. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

Na próxima quarta-feira (9) a escritora Andréa del Fuego abre a 11ª temporada do projeto Paiol Literário. O bate-papo começa às 19h30, com transmissão pelo Youtube e mediação do jornalista e escritor Rogério Pereira. Andréa del Fuego é escritora, mestra em Filosofia pela USP e autora de nove livros de ficção, entre eles A pediatra, livro indicado ao Jabuti de Romance Literário deste ano. Realizado desde 2006, pelo jornal Rascunho, o Paiol promove conversas com diversos autores brasileiros, como João Ubaldo Ribeiro, Moacyr Scliar, Marina Colasanti, Julián Fuks, Ana Maria Machado, Nélida Piñon, entre outros. Neste ano, mais uma vez, conta com patrocínio do banco Itaú via Lei Federal de Incentivo à Cultura. Ao total, a nova temporada terá seis encontros virtuais entre novembro/2022 e abril/2023. Os bate-papos são transcritos, editados e publicados nas versões impressa e on-line do jornal Rascunho, assim como no site do projeto. Em parceria com o Itaú Cultural, as conversas também são veiculadas em formato podcast. Também estão confirmadas as presenças de Natalia Borges Polesso, Edney Silvestre, Carol Bensimon e Jarid Arraes. A programação completa da 11ª temporada do Paiol Literário será divulgada no site do projeto e pelas redes sociais do jornal Rascunho. Para mais informações, clique aqui.

Nos próximos dias, a Dublinense levará duas autoras do seu catálogo para uma série de eventos entre São Paulo e Porto Alegre. A portuguesa Patrícia Portela, autora de Hífen, Dias úteis e A coleção privada de Acácio Nobre estará nesta segunda-feira (7), às 19h, na Travessa de Pinheiros (Rua dos Pinheiros, 513 – São Paulo / SP) para um bate-papo e sessão de autógrafos de Hífen. A mediação será de Penélope Salles. E na terça-feira (8), às 10h30, Portela participa do VI Seminário “A língua portuguesa na educação, na literatura e na Comunicação”, no Sesc SP (Rua Dr. Plínio Barreto, 285 – São Paulo / SP). A segunda autora da Dubli participando de eventos no Brasil é a francesa Léonor de Récondo, dos romances Amores e Ponto cardeal. Nesta terça (8), às 19h, ela lança suas obras na livraria Gato Sem Rabo (Rua Amaral Gurgel, 352 – São Paulo / SP) e participa de um bate-papo mediado por Bárbara Krauss. Clique no Leia mais para conferir a íntegra desta nota.

Ao longo de novembro, Mês da Consciência Negra, o Museu da Língua Portuguesa (Praça da Luz, s/nº - Centro Histórico de São Paulo / SP), instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo, prepara uma série de atividades sobre a influência das línguas africanas no português falado no Brasil. O tema, já mostrado na exposição principal em experiências como Palavras Cruzadas e Português do Brasil, ganhará mais visibilidade por meio de saraus, performances teatrais e visitas temáticas. No fim de semana do Dia da Consciência Negra, 20 de novembro, a entrada para o Museu será gratuita tanto no sábado (19) quanto no domingo (20). Em ambos os dias, haverá visitas temáticas organizadas pelo Núcleo Educativo (uma sobre as mulheres no samba, às 10h, e outra sobre as contribuições das línguas bantu para o português do Brasil, às 13h). Acontecerá também a última edição do Sarau Língua Afiada, comandado pelo ativista cultural Sérgio Vaz (dia 19, às 12h). Os horários de funcionamento do museu são de terça a domingo, das 9h às 16h30 (permanência até 18h). Os ingressos (para os dias em que o museu não terá entrada franca) são adquiridos pela internet no site da Sympla e custam R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia); crianças de até sete anos não pagam. Aos sábados, o museu oferece entrada gratuita. Para conferir a programação completa do Museu da Língua Portuguesa no Mês da Consciência Negra , clique aqui. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

Andrés é um rapaz de 17 anos que, após concluir o programa Escola no Campo, retorna para casa. É então que conhece Cristina, uma vizinha sedutora mais velha que ele, e começa a sonhar não só com ela, mas com seus cavalos, suas flores, suas pombas e até com o anjo. A partir da relação deles, ambígua e conturbada, a história de Andrés – inclusive com sua namorada e sua mãe – vai se definindo. Fã e jogador de beisebol, o rapaz sofre um acidente durante um jogo decisivo; ainda frustrado, passa por uma experiência que o marca para sempre. Cada um dos âmbitos da juventude de Andrés é integrado ao enredo, em meio a suspense, intriga, dor e alegria, e contribui para revelar a formação e as transformações do adolescente e certas particularidades do cotidiano em Cuba. Febre em cavalos (Boitempo, 128 pp, R$ 47 - Trad.: Monica Stahel) foi o romance de estreia de Leonardo Padura, publicado pela primeira vez em 1982, mas nunca no Brasil, que só agora ganhou uma edição em português. Nascido em Havana, em 1955, Leonardo Padura Fuentes é pós-graduado em literatura hispano-americana, romancista, ensaísta, jornalista e autor de roteiros para cinema. Pelo conjunto de sua obra, Padura recebeu ainda o Prêmio Nacional de Literatura de Cuba, em 2012, o Princesa de Astúrias, da Espanha, em 2015, e o Prêmio Barcino de Novela Histórica, em novembro de 2018.

Numa galáxia muito distante, mais especificamente no planeta Cabula XI, o ano é 2577 e os dias duram 96 horas. Lá vive um humano chamado Severino Olho de Dendê, que tem no lugar do olho esquerdo um artefato tecnológico extremamente avançado que lhe permite ver os últimos momentos de uma pessoa logo antes de morrer. No passado, um encontro com a morte lhe tirou quase tudo e levou parte de seu coração. Agora, ao lado do melhor amigo, Bonfim, um alienígena malandro e falastrão, ele trabalha como investigador particular e se entrega à boemia nas horas vagas. Os dois acabam de ser chamados para investigar um assassinato que parece esconder motivações escusas da Federação Setentrional, organização poderosa que governa a galáxia, e dos Carcarás Carmesins, inspetores a serviço da instituição. Enquanto isso, no planeta Batoidea, a capivara geneticamente modificada, Antonieta Capitolina Macabéa, uma dedicada Carcará, encontra na cena de um crime, escrito com sangue, um nome que conhece muito bem. À medida que a vida desfia seu fio, Severino e seus amigos lutam, riem, amam, choram e acertam contas com o passado. Unindo ficção científica, referências à cultura pop e elementos da vivência nordestina, A vida e as mortes de Severino Olho de Dendê (Intrínseca, 304 pp, R$ 49,90) é uma ópera espacial com gostinho de vatapá que celebra o poder da amizade, do amor, da música e da literatura. A edição conta com ilustração de capa e projeto gráfico inspirados em clássicos da ficção científica e pela estética do Movimento Armorial, idealizado pelo escritor e dramaturgo Ariano Suassuna.

Genoveva Bravo Genovés vive em Therox – lugar fictício dentro de um país real. Lugar de nome tão forasteiro à Bolívia como os agentes da DEA infiltrados na cidade, cuja economia depende sobretudo do narcotráfico. Uma garota como tantas, como todas, tateando sua identidade em meio ao dia a dia com a família, no colégio só para senhoritas, através do encantamento com o misterioso Mestre Hernán e sua aura de guru new age. No romance 98 segundos sem sombra (Incompleta / Jandaíra, 168 pp, R$ 65) os valores rígidos do catolicismo, tão arraigados ao continente latino-americano, colidem com o misticismo popular que a adolescente vivencia em casa ao lado da cálida e colorida figura da avó. A distância no tempo e espaço, meados dos anos 1980, em nenhum momento afasta Genoveva do leitor. Pelo contrário, seu crescimento ao longo do romance nos parece tão íntimo, sua dimensão humana tão visceral, que nos tornamos mais do que testemunhas de sua história; enquanto nossa heroína-narradora escreve em um diário os pensamentos e até as maldades próprias da soberba juvenil, nos tornamos seus confidentes, uma espécie de diário-leitor (ou leitor-diário), capazes de entrever suas incoerências, falhas de julgamento, as mentiras que conta a si mesma, mas também sua ternura e, acima de tudo, a vontade de alçar voos maiores, muito maiores do que a pequena Therox pode oferecer. Terceiro livro de Giovanna Rivero publicado no Brasil, 98 segundos sem sombra foi adaptado ao cinema pelo diretor boliviano Juan Pablo Richter, em 2021, e está disponível no Mubi. Também ganhou o Prêmio Audiobook Narration em 2014.

Em Electronica (Pontoedita, 192 pp, R$ 79,90), a realidade da protagonista sem nome definida apenas por sua profissão (a professora) e de seu amigo, que o leitor também só conhece pelo apelido (o ninja), é composta por amizades esfareladas, empregos mal remunerados e amores que desassossegam. Os personagens convivem com as drogas, levam o sexo ao limite e experimentam, entre “a erva, a coca, a keta e a bala”, uma angústia claustrofóbica que transborda na linguagem. Em alguns momentos, o leitor tem a sensação de estar diante de um videoclipe. Há passagens que lembram o acelerado Ray of Light, de Madonna, e o delirante Raspberry Swirl, de Tori Amos; outras, especialmente quando o autor explora a cisão do narrador, lembram o multifocal Hyperballad, de Björk, e o turvo The Wilhelm Scream, de James Blake. O romance de Enzo Maqueira fala sobre as perspectivas do mundo em que vivem, quando este diálogo poderia acontecer entre muitos outros personagens da geração que passou as noites dos anos 2000 em baladas e raves sonhando com um mundo sem fronteiras, um continente integrado e um futuro próspero antes de darem de cara com uma realidade de perda de direitos e à beira de uma catástrofe climática. Lançado em 2014, o romance já vendeu mais de 10 mil cópias na Argentina.