Em recuperação judicial desde 2018, a Saraiva divulgou seu desempenho no segundo trimestre deste ano, com lucro líquido de R$ 20,15 milhões no período. O comunicado oficial da empresa destaca como a principal conquista no trimestre a homologação do 2º Aditamento ao Plano de Recuperação Judicial – PRJ, ocorrido em 19 de abril, que resultará em uma redução de R$ 239,4 milhões na dívida da Saraiva com credores da recuperação judicial e empréstimos, sendo R$ 76,8 milhões no trimestre encerrado em 30 de junho de 2022. Foi também neste segundo trimestre que a Saraiva comunicou a saída do diretor-presidente Sandro Alves Benelli. Em seu lugar assumiu Marcos Guedes Pereira, membro do conselho de administração. Ele já havia ocupado a função durante o exercício social de 2021, e desde junho, está definitivamente no cargo. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

Em maio de 2021, na estreia do Sabatina PublishNews, Luiza Helena Trajano – empresária, presidente do Grupo Mulheres do Brasil e presidente do Conselho de Administração do MagaLu – revelou que o jornalista Pedro Bial estava escrevendo um livro sobre ela. A obra, Luiza Helena – Mulher do Brasil, foi publicada pela Gente em junho deste ano e, para contar detalhes sobre esse projeto, o Podcast do PublishNews recebeu Bial e Trajano em uma conversa descontraída e com diversos ensinamentos. A ideia do livro surgiu depois que Luiza participou de um episódio do programa Conversa com Bial. “Eu comparo que para falar sobre a Luiza é um pouco como aqueles documentários de observação, que não adianta colocar câmera na pessoa e deixar ela falar. É pouco”, brincou Bial. “Primeiro porque não é assim que a Luzia se revela. Segundo, porque você tem que ouvir outras pessoas e você tem que compor a Luiza a partir da visão que conhecem ela, que trabalham com ela, que a conheceram. E todos os que passam pela órbita de Luiza se transformam de alguma maneira”, contou. O bate-papo ainda passou por outros assuntos importantes como a importância das livrarias independentes, a Lei Cortez – assunto já falado por Luiza Helena durante a Convenção da ANL –, os esforços empregados pela empresária para segurar os descontos do seu livro e ainda a opinião de ambos o setor editorial. “Eu acho muito misterioso o mercado editorial brasileiro”, definiu Bial. Clique no Leia mais para conferir a íntegra desta nota.

A semana começa com um quadro mais positivo nos boletins médicos sobre a saúde do escritor inglês de origem indiana Salman Rushdie, atacado na última sexta-feira (12) quando se preparava para dar uma palestra numa organização beneficente em Chautauqua, cidade pequena no estado de Nova York. Ele foi retirado do respirador e apresenta quadro grave, mas estável. Rushdie foi esfaqueado inúmeras vezes, na cabeça, no pescoço e no abdômen por Hadi Matar, detido pela polícia. O autor de 75 anos corre risco de perder um olho e movimentos do braço. As facadas no abdômen atingiram com gravidade seu fígado, e essa é a condição física ainda sem uma definição clara de suas consequências. Salman Rushdie recebe ameaças de morte do governo do Irã desde os anos 1980. Ele é perseguido por autoridades iranianas que o acusam de blasfêmia pela publicação de Os versos satânicos, em 1988. O romance, uma peça lírica de fantasia, foi considerado pelo aiatolá Khomeini, líder iraniano à época, como ofensiva a Maomé e a fé islâmica. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

A polícia escocesa está investigando uma ameaça feita na internet à autora de Harry Potter, a britânica J.K. Rowling. Após saber do atentado contra Salman Rushdie nos EUA, ela publicou em sua conta no Twitter que se sentia devastada com a notícia e desejava que o autor de Os versos satânicos “ficasse bem”. Não demorou a chegar a publicação de um usuário, que digitou: “Não se preocupe, você é a próxima”. A escritora compartilhou a tela e divulgou a mensagem ameaçadora. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

Em um fim de semana no qual o mundo literário foi sacudido pelo atentado contra Salman Rushdie, outras reportagens conseguiram chamar atenção. Principalmente a entrevista do Nobel peruano Mario Vargas Llosa à Folha. Ele comentou a criação de seus romances e a influência central de Flaubert, explicou o papel da alternância de narradores no romance moderno, criticou a direita por ignorar a desigualdade, disse que não gostaria de votar em Lula ou Bolsonaro e relembrou o que aprendeu ao disputar a presidência do Peru em 1990. No Globo, reportagem citou orgulho e reparação ao falar sobre o resgate do pensamento de mulheres filósofas demonstrado por editoras e academia. Entre as obras envolvidas nesse movimento, citadas na reportagem, estão Filósofas: o legado das mulheres na história do pensamento mundial (Maquinaria Editorial), As visionárias (Todavia), Dez mulheres filósofas (Record) e As outras constelações (Relicário). Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

O escritor, economista e professor Eduardo Giannetti, 65 anos, tomou posse da Cadeira número 2 da Academia Brasileira de Letras (ABL) na última sexta-feira (12), em cerimônia na sede da entidade, no Rio de Janeiro. Seu antecessor foi o filósofo e professor Tarcísio Padilha, que morreu em setembro do ano passado. Em seu discurso de posse, Giannetti definiu a Academia Brasileira de Letras como uma "obra do tempo e das gerações, uma espécie de parceria e a aliança sempre renovadas entre os que vivem, os que já morreram e os que ainda irão nascer" e afirma que, pela diversidade de perfis dos ocupantes, a Cadeira 2 pode ser vista como um microcosmo da ABL. Quando a instituição foi formada, o primeiro a ocupar esta cadeira foi Coelho Neto, que escolheu como patrono Álvares de Azevedo. Depois, a número 2 passou para João Neves da Fontoura, Guimarães Rosa e Mário Palmério, sucedido por Tarcísio Padilha. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

A editora Rideel abriu uma vaga para analista editorial jurídico júnior com graduação em Direito. É preciso também ter experiência no ramo editorial jurídico, ter boa escrita, ser comunicativo, cumprir prazos e ser proativo. As atividades do cargo incluem a leitura do Diário Oficial da União (DOU) e de DJEs; a elaboração da print de atualização, contendo todas as atualizações legislativas que impactam os produtos da editora; a padronização de normas novas publicadas; e a elaboração de notas de atualização e explicativas. Interessados devem encaminhar currículos para katiaamadio@rideel.com.br.

A Editora Nova Literarte, especializada em editar livros e e-books para um nicho diversificado de autores, abriu uma vaga para assistente de mídias sociais, para produção de conteúdo (Instagram, YouTube). Os requisitos incluem conhecimento avançado em InDesign, Illustrator e Photoshop. É preciso também residir em São Paulo. Interessados devem enviar currículos para editoranovaliterarte@gmail.com até 20 de agosto.

A Casa Educação e a Catavento Distribuidora realizam nesta segunda-feira (15) aula aberta “Desafios e oportunidades no mercado livreiro atual”, um bate-papo Para reflexão sobre aspectos gerais e criação específica de uma livraria neste momento. O encontro terá Vítor Tavares [foto], da Livraria Loyola e presidente da Câmara Brasileira do Livro (CBL), que está abrindo a Livraria Drummond em São Paulo; José Diego Virgínio, da Livraria Jaqueira; e Cláudia Machado, da Catavento Distribuidora. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

No dia 03 de setembro, a cidade de Sorocaba, no interior de São Paulo, sedia a 3ª edição do Encontro de Educadores, evento que já entrou para o calendário de educadores, artistas, artesãos e outros profissionais interessados nestes setores. Desenvolvido pela livraria e papelaria Pedagógica, o encontro retoma o modelo presencial e recebe os expositores e participantes no Espaço Floresta, com uma programação gratuita de oficinas, demonstração de técnicas ao vivo, área de estandes e interação entre o público, além de outras atividades. A expectativa para esta edição do Encontro de Educadores é reunir 4 mil participantes, superando o público de 2 mil pessoas que esteve no evento em 2019. “Nos empenhamos, todos os anos, para buscar o que há de mais novo no mercado para atualizar os profissionais ligados aos setores da educação, editorial, papelaria e artes, com atividades gratuitas que agreguem ao seu dia a dia. O objetivo, além de apresentar as tendências para 2023, é inspirar e provocar novas ideias que possam aplicar em seu trabalho, seja em sala de aula, ateliê ou outros espaços”, explica Nivaldo Madureira, diretor de negócios da Pedagógica. As inscrições são gratuitas e estão abertas, mas as vagas são limitadas. Interessados podem saber mais sobre o evento e se inscrever clicando aqui.

A jornalista Lu Lacerda lança nesta segunda-feira (15), às 18h, na Livraria Argumento (Rua Dias Ferreira, 417, Leblon - Rio de Janeiro / RJ) seu romance de estreia, Saudade não viaja bem (208 pp, R$ 49,90). Ela recria personagens de sua infância na fazenda no interior da Bahia para elaborar uma obra de pegada memorialista. O livro trata da relação com familiares vítimas de alcoolismo e outros temas fortes, Para a autora, a escrita do romance serviu como um exercício para se libertar de traumas de seu passado. Clique no Leia mais para ter acesso à íntegra desta nota.

É conhecida a história conturbada do casamento entre Lev Tolstói (1828-1910) e Sófia Tolstaia (1844-1919). Ambos mantiveram diários e os últimos anos de vida conjugal foram testemunhados pelos frequentadores da famosa propriedade da família, Iásnaia Poliana. Esse período da vida do casal, quando Tolstói defendia a abstinência sexual mesmo entre cônjuges, suscitou vários estudos e obras de ficção – como o filme A última estação (2010), com Helen Mirren e Christopher Plummer. A própria voz de Sófia, no entanto, só veio à tona nas últimas décadas, por meio de duas novelas que escreveu – De quem é a culpa? (publicada em 1994) e Canção sem palavras (2010). As duas obras têm sua primeira tradução no Brasil, feita por Irineu Franco Perpetuo, em Tolstói & Tolstaia (Carambaia, 448 pp, R$ 139,90). O volume compreende também uma das mais famosas e perturbadoras obras de Tolstói, Sonata Kreutzer, além de um texto que o autor escreveu para esclarecer o conteúdo da novela e posfácios assinados pelo tradutor e por Mário Luiz Frungillo, professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Em De quem é a culpa?, Sófia Tolstaia estabelece um diálogo direto com Sonata Kreutzer. A autora discute temas presentes na novela do marido: a natureza do amor, a paixão, o ciúme e as complicações da vida em família. Por sua vez, Canção sem palavras, título emprestado de uma peça de Felix Mendelsohn, acrescenta a esses temas o poder da música sobre o temperamento humano, assunto também da novela de Tolstói, que reporta à sonata de Ludwig von Beethoven.

"Meu nome é Ana. Fui esposa de Jesus." Ana sempre soube que seu destino ultrapassava as fronteiras do limitado espaço destinado às mulheres na Galileia do século I. Nascida em uma rica família de Séforis, ela é rebelde e ambiciosa, dotada de um espírito ousado e uma voz que anseia por ser ouvida. Desafiando as regras da época, Ana estuda e escreve narrativas secretas sobre mulheres silenciadas ao longo da história. Quando conhece Jesus, encontra nele um raro estímulo para seu intelecto e também uma faísca capaz de despertar seu coração. Depois de casados, Ana passa a viver com a família dele em Nazaré, onde o cotidiano doméstico sufoca seus desejos e a truculenta resistência ao domínio romano ameaça a tranquilidade de sua vida conjugal. Pouco antes de Jesus começar seu ministério público, um ato de rebeldia força Ana a fugir para Alexandria, no Egito. Lá, ela encontra refúgio e propósito – mas é apagada da história de seu grande amor. Amparado em meticulosa pesquisa histórica, O livro dos anseios (Paralela, 488 pp, R$ 69,90 – Trad.: Lígia Azevedo), de Sue Monk Kidd, é a narrativa de uma mulher que busca realizar seus sonhos mais profundos e atingir o potencial que tem dentro de si, enquanto vive em uma época, uma cultura e um lugar determinados a calá-la a qualquer custo.

Yasunari Kawabata, Prêmio Nobel de 1968, compôs uma história que conta a viagem a Kyoto de um romancista chamado Oki, para contemplar a tradicional celebração de Ano-Novo na cidade. Lá, o personagem reencontra-se com sua antiga amante, Otoko, com quem teve um caso muitos anos antes, quando ela ainda era apenas uma adolescente e ele já um adulto. Naquela ocasião, ela engravidou dele e perdeu o bebê. A relação então acabou, e Oki escreveu um romance expondo Otoko, livro que se tornou best-seller. No reencontro, ele tem outra vida, ela não é mais uma adolescente, e novos personagens fazem com que a relação deles seja retomada de maneira diferente e com novas complicações. O enredo de Beleza e tristeza (Estação Liberdade, 288 pp, R$ 63 – Trad.: Lídia Ivasa), no entanto, embora muito envolvente, não dá conta da grandeza do livro. O título, que junta dois substantivos abstratos, faz parte da composição, sugerindo que – primeiro – beleza e tristeza podem andar, e comumente andam, lado a lado, e que – segundo – as abstrações, nesse caso, têm peso maior que os fatos e a materialidade. Não à toa, o tempo, uma das maiores abstrações da vida, tem importância crucial na forma com que se desenrola a narrativa. Beleza e tristeza é um dos últimos livros que Kawabata publicou, o que contribui para que o texto esteja permeado com vários dos temas que constituem o campo literário do autor.

Na virada para o século XX, Jacov Reinhardt está escrevendo o tratado definitivo sobre a melancolia, esta doença que se mostrou epidêmica na modernidade. No entanto, seu trabalho só estará completo quando localizar a fonte dela, quando encará-la de frente. Para isso, precisa ser como um Fitzcarraldo de Herzog, e mergulhar na selva sul-americana em busca de Emiliano Gomez Carrasquilla, o filósofo perdido da melancolia. Partindo dessa premissa absurda, Mark Haber constrói um romance repleto de angústias cômicas e obsessões hilárias. Narrado em apenas um parágrafo, como um monólogo febril, à moda dos livros de Thomas Bernhard, O jardim de Reinhardt (DBA, 160 pp, R$ 59,90 – Trad.: Fábio Bonillo) oferece reflexões sobre a maneira como cada cultura lida com a tristeza e os esforços do conhecimento das ciências em tentar estabelecer limites para esse conceito tão abstrato e, no entanto, tão presente em nosso cotidiano. Na obra, através de viradas de humor inesperadas, Haber puxa o tapete do leitor e revela como a arte pode oferecer uma maneira de encarar o abismo da tristeza.