Em 'O livro azul' o leitor conhece o Wittgenstein professor, que tratava os encontros com seus alunos como ocasiões para a produção de filosofia
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O livro azul (Fósforo, 240 pp, R$ 89,90 – Trad.: Giovane Rodrigues e Tiago Tranjan) o leitor conhece o Wittgenstein professor, que tratava os encontros com seus alunos como ocasiões para a produção de filosofia. É desses encontros que se originou o presente texto. Tendo sido ditado para um pequeno grupo de estudantes em Cambridge e, mais tarde, cuidadosamente revisado e reescrito, o texto circulou, com a permissão de Wittgenstein, em cópias mimeografadas, para um público mais amplo. Até a publicação póstuma das Investigações, tais cópias seriam a principal porta de acesso à nova filosofia wittgensteiniana. No
Livro azul, Wittgenstein introduz ideias novas: a concepção de significado como uso, em substituição às teorias referencialistas típicas das filosofias da linguagem a partir de Platão; o conceito de “jogo de linguagem”; o prenúncio de suas “semelhanças de família” e de sua crítica à linguagem privada; a crítica, aliás definitiva, a qualquer possibilidade de articulação do solipsismo.