Publicidade
O corpo e a política na arte latino-americana
PublishNews, Redação, 26/11/2024
'O corpo vulnerado' reúne ensaios de Maria Angélica Melendi, nome da reflexão teórica e crítica das artes visuais latino-americanas

O corpo vulnerado (Cobogó, 344 pp, R$ 90) reúne ensaios de Maria Angélica Melendi, um dos principais nomes da reflexão teórica e crítica das artes visuais latino-americanas. No livro, a acadêmica e pesquisadora aborda a produção artística na América do Sul que coloca o corpo em evidência, seja mostrando sua face vulnerada pelas violências e opressões históricas, seja como resistência, força de invenção ou fabulação. Se, em seu livro anterior, Estratégias da arte em uma era de catástrofes (Cobogó), a autora articula a produção artística contemporânea, principalmente, com as noções de arquivo e memória, aqui, “as questões do corpo emergem e ganham espaço como um núcleo aglutinador de ideias”, como observa o organizador da edição, Eduardo de Jesus: “O corpo insiste e, de alguma forma, resiste em sua reinvenção no mundo da arte”. Ao “pensar o Sul como um estado de corpo”, em vez de um “estado de espírito”, a autora apresenta uma visão densa e instigante das relações contemporâneas entre arte e política. O livro é dividido em quatro partes: “O corpo político e a impossibilidade de sua imagem”, que trata de corpos ausentes e torturados, capazes de resistir à violência porque habitam a arte; “Outros corpos: Subjetividade, política e arte”, que fala das questões de gênero e subjetividade no contexto latino-americano; “Dimensões do sagrado”, que traz reflexões sobre o sagrado e a espiritualidade das religiões no contexto latino-americano; e, por fim, “Trânsitos políticos na arte”, que se dedica a textos monográficos sobre artistas, focados na análise de obras. O conjunto abarca as radicais performances de Las Yeguas del Apocalipsis, os bordados de Arthur Bispo, Feliciano Centurión e Leonilson, a relação de Oiticica com os marginais e as cidades expressos em suas obras, as questões políticas do feminino em obras de Anna Bella Geiger, Lygia Pape e Lygia Clark no contexto da ditadura militar no Brasil, a obra-instalação #rioutópico de Rosangela Rennó, a obra de Paulo Nazareth, entre outros.

[26/11/2024 07:00:00]
Matérias relacionadas
Além dos descontos nos preços de livros selecionados, haverá programação cultural, cervejinhas e conversas
Três mulheres estão a ponto de dar o salto vertiginoso para o futuro. Um futuro em que elas são as protagonistas da sua história
Referência nos estudos da performance, da poética negra e das artes do corpo, Leda vai conversar com Maria Nazareth Fonseca e Dione Carlos em Belo Horizonte
Leia também
Publicado originalmente em 1973, 'Os homens dos pés redondos' ganha nova edição e revisita humor de Antônio Torres
Combinando refinamento e ironia, a obra acompanha a saga da família Maia ao longo de três gerações
'A ficcionista' é um romance permeado de um erotismo selvagem, que move o leitor a prosseguir com a leitura para tentar descobrir quem é Nikki e se o que ela narra é verdade ou ficção