Como sua vida poderia ser diferente se tivesse tomado outras decisões no passado? E se para experimentar uma realidade totalmente diferente da sua tudo o que você precisasse fosse de um… sótão? Essa é a premissa de Os maridos (Intrínseca, 352 pp, R$ 69,90 – Trad.: Mariana Moura), romance de estreia da escritora australiana Holly Gramazio. A obra imagina um mundo no qual uma mulher tem o poder de alterar toda a sua vida trocando de marido quantas vezes quiser — sem divórcios ou corações partidos — e mostra por que essa situação pode não ser tudo o que ela sonhou. É uma noite aparentemente comum quando Lauren volta para seu apartamento no sul de Londres após uma festa. Exceto por um detalhe: há um homem no imóvel — e ele é seu marido. Ela tem certeza de que nunca o viu antes, mas todos os seus amigos e familiares o conhecem. Seu celular possui fotos dos dois juntos. E tudo na casa parece atestar que os dois são de fato um casal. As coisas ficam ainda mais estranhas quando o homem vai ao sótão para trocar uma lâmpada e outro desce no lugar. Mais uma vez, toda a vida pregressa de Lauren é reescrita até o presente momento sem que ela tenha qualquer lembrança dos últimos anos. E de novo. E de novo. Após realizar diversas pesquisas inconclusivas sobre os insólitos acontecimentos provocados pelo andar de cima, a moça percebe que não há nada que possa fazer sobre sua situação. Diante de uma infinidade de possibilidades inauguradas a cada novo marido, Lauren fica cada vez mais atordoada ao se perguntar: a vida perfeita existe? Holly Gramazio usa de sua experiência como designer de jogos para criar uma narrativa original e dinâmica baseada em uma hipótese absurda, mas que provoca intensas reflexões sobre as dúvidas que nos acompanham ao longo de toda a nossa existência.