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Adaptação de 'Não fossem as sílabas do sábado' estreia dia 5 de julho no Sesc Belenzinho
PublishNews, Redação, 02/07/2024
Espetáculo trata de temas como vida e impermanência, memória e apagamento, maternidade e luto, resistência e recomeços

Espetáculo tem sua temporada de estreia no Sesc Belenzinho de 5 de julho a 4 de agosto | © Tomás Franco
Espetáculo tem sua temporada de estreia no Sesc Belenzinho de 5 de julho a 4 de agosto | © Tomás Franco
Um trágico e absurdo acidente que muda a vida de duas mulheres é tema de Não fossem as sílabas do sábado, uma adaptação para o romance que rendeu à escritora Mariana Salomão Carrara o Prêmio São Paulo de Literatura em 2023. O espetáculo tem sua temporada de estreia no Sesc Belenzinho (Rua Padre Adelino, 1000 – São Paulo / SP), de 5 de julho a 4 de agosto, com apresentações às sextas e aos sábados, às 20h, e aos domingos, às 18h30. A peça tem direção de Joana Dória, dramaturgia de Liana Ferraz e elenco formado por Carol Vidotti e Fábia Mirassos.

A ideia de transportar o romance para o palco surgiu de um encontro casual entre Vidotti e a autora Mariana Salomão Carrara na plateia de outro espetáculo, em junho de 2023.

“Eu perguntei para a Mariana se ela já tivera um livro seu adaptado para o palco e ela disse que adoraria que isso acontecesse. Nesse instante, a semente do projeto brotou na minha cabeça. Voltei para casa completamente eufórica, entendendo que ‘Não fossem as sílabas do sábado’ era a história que eu vinha buscando para contar numa peça. Tinha lido o livro numa quinta-feira de janeiro e me envolvido profundamente com essas personagens”, revela Vidotti, que assina a idealização da montagem.

A trama se passa em uma manhã de sábado, quando Ana, que está em uma loja de molduras, liga para seu marido André, pedindo ajuda para carregar o quadro com o pôster do filme favorito do casal. Como a casa dos dois fica ali perto e André está demorando muito, a esposa começa a suspeitar do atraso. Um trágico acidente muda a vida de Ana e de sua vizinha Madalena, que moram no mesmo prédio, mas mal se conhecem: o marido de Madalena, ao pular da janela, desaba justamente sobre André. A partir de então, o que une as duas viúvas passa a ser justamente o que as separa. Em uma rotina de ausências, elas vão se aproximando e, juntas, atravessam a dor, a chegada de uma criança e as agruras do recomeço. Assim, nasce uma amizade que, talvez, expanda o que se entende por família.

“O luto vertiginoso que a narradora atravessa, as dores de ter seu plano de futuro perfeito destruído, as dificuldades com a maternidade, e a maneira como, acima de tudo, essas duas mulheres constroem uma relação de amizade e reformulam juntas o entendimento de família eram temas que vinham de encontro às minhas inquietações artísticas”, acrescenta Vidotti

Sobre a sensação de ver seu romance adaptado para a cena, Mariana Salomão Carrara relata: “Descobri que dentro da minha cabeça de escritora, possivelmente dentro de qualquer cabeça de escritora, existe uma espécie de palco. Só me dei conta disso quando vi, num ensaio, as atrizes materializando as palavras que em algum momento escutei dentro da minha cabeça. Fiquei muito emocionada e perdida ouvindo a conversa num léxico que não é o meu – figurino, sombras, refletores – tentando compreender esse fenômeno que é tragarem para fora do livro e da cabeça de escritora essas vidas e essas dores que parecia que eu estava conhecendo de verdade apenas ali”.

A adaptação da obra para os palcos vem como disparador de temas caros de trazer para o debate público, como vida e impermanência, memória e apagamento, maternidade e luto, resistência e recomeços, amizade e amor. Tudo sob uma perspectiva feminina.

Já a diretora Joana Dória revela que se encantou pelo encontro das duas mulheres. “Mergulhamos no processo criativo querendo fazer peça do romance: manter seus traços estilísticos, suas imagens e adjetivos; explorar seu ritmo, seus fluxos, seus jorros, o transbordamento de palavras; e ter nossa prática teatral movimentada pela matéria da literatura.Como o texto literário pode ser transformado em expressão performativa, sonora, espacial e plástica? Como essas diferentes abordagens textuais podem dialogar entre si na criação cênica, sem que percamos de vista o objetivo simples de ser veículo de uma boa história?”, indaga.

SERVIÇO

  • Espetáculo Não fossem as sílabas do sábado
  • Data: 5 de julho a 4 de agosto
  • Horário: às sextas e aos sábados, às 20h, e aos domingos, às 18h30
  • Local: Sesc Belenzinho (Rua Padre Adelino, 1000 – São Paulo / SP)
[02/07/2024 09:00:00]
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