Festival Yesu Luso chega a sua quarta edição em maio no Sesc 14 Bis
PublishNews, Redação, 21/05/2024
Entre os destaques, estão espetáculo com o premiado escritor angolano Ondjaki e adaptação de um texto da escritora moçambicana Paulina Chiziane

Peça 'Nas mãos de Deus', presente na programação do festival | © Mário Cumbana
Peça 'Nas mãos de Deus', presente na programação do festival | © Mário Cumbana
Depois de seis anos da última edição, o festival Yesu Luso – Teatro e Outras Expressões Lusófonas ganha sua 4ª edição em São Paulo no Sesc 14 Bis (Rua Dr. Plínio Barreto, 285 – São Paulo / SP), entre os dias 22 e 31 de maio. A programação conta com três espetáculos e dois bate-papos e tem o tema “Oralidade e Expressão Oral”.

Com curadoria da atriz brasileira Arieta Corrêa e do produtor português Pedro Santos, o Yesu Luso surgiu em 2015, na forma de um projeto-piloto no Sesc Bom Retiro, e sua última edição aconteceu em 2018. Desde então, os idealizadores têm lutado para tornar o festival uma programação permanente na cidade. O nome do evento é derivado de um dialeto moçambicano, no qual o termo “yesu” significa “nosso”; já a palavra “luso” é usada em referência ao próprio idioma.

O tema da atual edição vem justamente ressaltar essa questão da oralidade que promove uma verdadeira união solidária entre todos os falantes da mesma língua. É o que propõe a Profª Dra. Nilza Laice, da Escola de Comunicação e Artes (ECA-USP), natural de Moçambique, no texto-manifesto da edição: “Quando combinadas, a oratória e as artes se tornam um veículo poderoso para transmitir mensagens de solidariedade. Canções, peças teatrais, pinturas e outras formas artísticas possuem a capacidade intrínseca de despertar empatia, provocar reflexões e instigar ação. Elas transcendem as limitações da linguagem verbal, atingindo um nível emocional mais profundo, e oferecem uma plataforma para a expressão coletiva de ideias solidárias e a busca por soluções colaborativas para questões sociais”, explica a pesquisadora sobre o tema do festival.

A programação

A primeira atração do festival é a performance O telhado do mundo, um encontro entre o escritor angolano Ondjaki, o pianista português Filipe Raposo e o artista visual português António Jorge Gonçalves. Eles entrelaçam suas linguagens artísticas – texto, música e desenho – para contar uma história construída em tempo real, seguindo uma estrutura prévia, mas aberta a todas as ocorrências no seu desenrolar. A performance tem sessões nos dias 22 e 23 de maio, às 20h.

Além dessa atividade, Ondjaki (vencedor dos prêmios José Saramago 2013 e do Jabuti 2010) participa ao lado da escritora e atriz carioca Cristiane Sobral de um bate-papo no dia 23, às 15h.

Já o espetáculo moçambicano Nas mãos de Deus, com texto original de Paulina Chiziane e Maria do Carmo Silva e adaptação e direção de Lucrécia Paco, tem sessões nos dias 25 e 26 de maio, no sábado, às 20h, e no domingo, às 18h. Na trama, Alice vê a sua vida transformar-se depois de visitar o monte Mpalumwe, na Zambézia, lugar que propicia a meditação profunda do “Eu” do indivíduo em conformidade com a Natureza que o circunda. Ela inesperadamente recebe a visita dos espíritos dos seus antepassados, em forma de vozes. Para livrar-se destes, decide consultar vários profissionais – médico tradicional, psicólogo e até espíritas –, mas nada resolve a questão.

Outra atração é uma conversa/palestra com a Profª Dra. Nilza Laice, do departamento de teatro da ECA-USP, no dia 24 de maio, às 15h. O tema do encontro é Literaturas africanas e a estética matrilinear.

O ator e autor bissauense Atcho Express retrata sua infância e juventude em Guiné-Bissau no solo autobiográfico Civilizado, encerrando a programação nos dias 30 e 31 de maio, quinta às 18h e sexta às 20h. No monólogo, há a tentativa de descoberta do mistério que é existir e ser/estar “confuso” – um nome “falante” correspondente ao cidadão em conflito com o sistema social e vice-versa. A encenação super intimista tem a plateia instalada no próprio palco do teatro. Esta é a primeira vez que um espetáculo desse país é apresentado no festival.

Confira abaixo a programação completa:

O Telhado do Mundo (Angola e Portugal)
Quando: 22 e 23 de maio, às 20h
Classificação: livre

Conversa com Ondjaki e Cristiane Sobral
Quando: 23 de maio, às 15h

Nas Mãos de Deus (Moçambique)
Quando: 25 e 26 de maio, no sábado, às 20h, e no domingo, às 18h
Classificação: Livre

Conversa/palestra com Dra. Nilza Laice (Moçambique)
Tema: “Literaturas africanas e a estética matrilinear”.
Quando: 24 de maio, às 15h

Mãe de três meninas, ativista social e artesã.
Civilizado (Guiné-Bissau)

Quando: 30 e 31 de maio, quinta-feira, às 18h e sexta-feira, às 20h
Duração: 95 minutos
Classificação: 14 anos

SERVIÇO
Festival Yesu Luso – Teatro e Outras Expressões Lusófonas
Quando: 22 a 31 de maio
Sesc 14 Bis – Rua Dr. Plínio Barreto, 285, Bela Vista
Ingressos (espetáculos): R$60 (inteira), R$30 (meia-entrada) e R$18 (credencial plena). Espetáculo “Civilizado”: R$50 (inteira), R$30 (meia-entrada) e R$15 (credencial plena).
Vendas online em www.sescsp.org.br
Acessibilidade: o teatro e toda a unidade são acessíveis a cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida.

[21/05/2024 09:00:00]