Delírio e sexualidade se combinam na obra 'Primavera sombria'
PublishNews, Redação, 08/05/2024
Narrativa de surrealista alemã Unica Zürn é uma imersão visceral na experiência de descoberta da sexualidade feminina; obra ganha edição inédita pela Edições 100/cabeças

Com temática voltada à exploração da sexualidade, limites da arte e da sanidade mental, Primavera sombria (100/cabeças, 92 pp, R$ 52 – Trad.: Claudia Cavalcanti) é uma imersão no universo criativo e sombrio da autora alemã Unica Zürn, um dos maiores expoentes do movimento surrealista. Por meio de uma narrativa visceral, inspirada em episódios biográficos da autora, a obra apresenta a história de uma menina que lida com a precariedade das relações familiares e a descoberta do sexo a partir de um emaranhado de jogos e delírios que povoam essa experiência, em alguns momentos violenta e traumática. Primavera sombria teve sua primeira edição em 1967, três anos antes da trágica morte de Zürn aos 54 anos, quando se atirou da janela do apartamento em Paris onde vivia com seu companheiro, o escritor, pintor, fotógrafo e surrealista Hans Bellmer (1902 – 1975). Diagnosticada como esquizofrênica, Zün foi internada pela primeira vez em um centro psiquiátrico durante sua viagem a Berlim em 1960, e passou por uma série de instituições na última década de sua vida. Quando escreveu Primavera sombria, Zürn passava por uma internação em razão do agravamento de sua condição. A narrativa é permeada por essas experiências.

[08/05/2024 07:00:00]