Edições Sesc São Paulo lançam 'Dos escombros de Pagu', um recorte biográfico de Patrícia Galvão
PublishNews, Redação, 19/03/2024
A 2ª edição da biografia, escrita pela historiadora Tereza Freire, tem como ponto de partida a reunião dos escritos de Pagu, como cartas, bilhetes e poemas

Detalhe da capa do livro 'Dos escombros de Pagu' © Divulgação
Detalhe da capa do livro 'Dos escombros de Pagu' © Divulgação
Poucas personagens da vida cultural e política brasileira da primeira metade do século XX tiveram uma vida tão intensa e fascinante como a escritora, poetisa, diretora teatral, tradutora, desenhista, cartunista e jornalista Patrícia Rehder Galvão, a Pagu. Ela, no entanto, ainda é pouco conhecida do grande público. As Edições Sesc São Paulo, em parceria com a Editora Senac SP, publicam a segunda edição de Dos escombros de Pagu: um recorte biográfico de Patrícia Galvão, da historiadora Tereza Freire. O evento de lançamento ocorre nesta terça-feira (19), às 19h, no Sesc Avenida Paulista (Av. Paulista, 119 – São Paulo / SP), com um bate-papo entre a autora Tereza Freire e Rudá K. de Andrade, neto de Pagu e autor do prefácio do livro.

A autora relata a agitada vida de Pagu, nascida em 1910 em uma família abastada do interior de São Paulo, a partir de correspondências, poemas e artigos de jornal. Dividido em três partes e por temas, o livro não se limita a fazer um relato cronológico de acontecimentos, mas dá voz à biografada, tomando como ponto de partida a reunião de seus escritos. Quem assina o prefácio é o historiador Rudá K. Andrade, neto de Pagu e do também escritor Oswald de Andrade, um dos principais arquitetos do Modernismo brasileiro.

Biografia é dividida em três partes

A primeira parte da obra apresenta a história de Pagu por meio de trechos de seu romance Parque industrial, de cartas, poemas e textos escritos para o jornal O Homem do Povo. A segunda parte trata das viagens de Pagu pelo Ocidente e pelo Oriente, e é estruturada por bilhetes, cartas e postais enviados à família e aos amigos nessa época. O terceiro segmento aborda seu retorno ao Brasil, em 1935, e o período em que ficou presa, de 1935 a 1940. Entre passagens reais da vida de Pagu que parecem enredo de filme, destacam-se a entrevista com o criador da psicanálise, Sigmund Freud, e a coroação de Pu-Yi, o último imperador da China.

A narrativa do livro se encerra em 1940, quando, amargurada e desiludida depois de ver pessoalmente as contradições do comunismo na União Soviética, e após cinco anos presa pelo Estado Novo de Getúlio Vargas, ela declara “esqueçam Pagu”. O segundo filho, Geraldo Galvão Ferraz, afirma que Patrícia detestava o apelido, dado por Raul Bopp, um dos escritores modernistas que se encantaram pela jovem bonita e rebelde na São Paulo do final da década de 1920.

A escolha por limitar a biografia aos primeiros trinta anos da vida de Patrícia Galvão, período em que ela foi Pagu, é uma mostra do respeito da biógrafa pela biografada. Baseando-se nos conceitos de “História a contrapelo” propostos por Walter Benjamin, Tereza Freire cumpre seu objetivo de “deixar Pagu falar” e contar sua própria história, sem deixar de trazer uma ampla contextualização histórica sobre o período coberto pelo relato biográfico no Brasil e no mundo.

A biografia é fruto da dissertação de mestrado defendida por ela na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e contemplada na categoria Biografia no concurso do Programa de Ação Cultural (ProAC) da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo em 2006.

SERVIÇO

  • Evento de lançamento do livro Dos escombros de Pagu: um recorte autobiográfico de Patrícia Galvão, de Tereza Freire
  • Data: 19 de março, terça-feira
  • Horário: às 19h
[19/03/2024 10:00:00]