O selo Alegriô é uma iniciativa da Aletria para promover um diálogo mais plural e diverso com a sociedade. “No dia 9 de janeiro de 2003, foi assinada a Lei 10.639, que estabelece o ensino de história e cultura afro-brasileira, africana e indígena na educação básica. Agora, quando se comemora os 20 anos da lei, achamos oportuno nos juntar aos esforços decoloniais da literatura brasileira e latino-americana com a inauguração do nosso novo selo editorial”, afirma a editora da Aletria, Rosana de Mont’Alverne.
Tendo isso em vista, as obras que o inauguram o selo são O rouxinol da mamãe, uma história comovente sobre imigração, separação, prisão, família e ancestralidade, da autora estadunidense de origem haitiana Edwidge Danticat, com ilustrações de Leslie Staub; e Um dia feliz, da professora doutora belo-horizontina Patrícia Santana, com ilustrações de Carol Fernandes, jovem talento que vem se destacando no universo da literatura infantil no Brasil. A obra aborda a conexão entre avó e neta, a força das tradições das famílias negras brasileiras e a importância das memórias afetivas da infância na construção da autoestima da menina preta. Ambos estarão à venda no evento de lançamento.
Contação de história e música
Celebrando o lançamento do selo Alegriô, estreia no mesmo evento o espetácul Mama África: contos afro-brasileiros, com narrativas de livros da Aletria Editora e da Mazza Edições, que traz quatro histórias de origem africana, explorando temas como a criação do mundo, ancestralidade, identidade e resistência, a colonização do homem branco em terras africanas, escravização e diáspora, representatividade e esperança.
As contadoras de histórias e escritoras Madu Costa, Sandra Lane, Anna Lirah e Rosana Mont’Alverne apresentam um conto cada uma. Além delas, compõem o espetáculo o percussionista Babu Xavier e o bailarino afro e coreógrafo Evandro Passos. Rosana Mont’Alverne ressalta que, com suas primeiras publicações e com o espetáculo Mama África: contos afro-brasileiros, o selo Alegriô chega para contribuir com o debate decolonial da literatura brasileira e latino-americana. “O eurocentrismo por séculos desqualificou o pensamento dos sujeitos coloniais. Agora, é tempo de permitir novas formas de contar e recontar as histórias, agregando valores e conhecimentos dos povos negros e indígenas. Essa é a proposta da Alegriô para promover um diálogo mais plural e diverso com a sociedade e os povos que formam a história do Brasil”, conclui.