Publicidade
O romance minimalista de Lev Tolstói
PublishNews, Redação, 15/06/2023
'O cupom falso' foi publicado originalmente em 1911, um ano após a morte do autor

Depois de levar a arte do romance ao seu apogeu com Guerra e paz e Anna Kariênina — amplos panoramas que desenham com nitidez tanto o que se passa no interior do indivíduo como no conjunto das forças sociais —, Lev Tolstói, no auge de sua fama, dedicou-se a buscar uma forma minimalista, capaz de condensar nas poucas páginas de uma novela toda a riqueza e a complexidade de um grande romance. Concebido ao longo de mais de uma década e publicado somente em 1911, um ano após a morte do autor, O cupom falso (Editora 34, 96 pp, R$ 48) está estruturado em duas partes simétricas. Se, na primeira, a falsificação de um cupom (espécie de nota promissória com valor de dinheiro na sociedade russa da época) por um jovem estudante dispara uma sequência de acontecimentos catastróficos envolvendo múltiplos personagens, na segunda parte o leitor assiste ao movimento reverso, em que as ações humanas passam do mal à redenção. Mestre da arte narrativa, Tolstói alcançou em O cupom falso aquilo que a tradutora Priscila Marques definiu com exatidão, no posfácio, como “uma forma justa” — isto é, uma forma literária capaz de expressar artisticamente sua implacável sede por justiça e verdade.

[15/06/2023 07:00:00]
Matérias relacionadas
Publicado originalmente em 1973, 'Os homens dos pés redondos' ganha nova edição e revisita humor de Antônio Torres
Combinando refinamento e ironia, a obra acompanha a saga da família Maia ao longo de três gerações
'A ficcionista' é um romance permeado de um erotismo selvagem, que move o leitor a prosseguir com a leitura para tentar descobrir quem é Nikki e se o que ela narra é verdade ou ficção
Leia também
'O diferente rinoceronte chamado Dante​' é um convite para as famílias e escolas apresentarem às crianças que as pessoas com deficiência também são capazes de mostrarem seus talentos
Nesta prosa poética do autor André Neves, vamos vivenciar com o cachorro Abel o brincar livre das infâncias
'Quero ser um espaguete!' é um título que explora carisma e pertencimento