Nesta quarta (14), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e outros representantes do governo – como o ministro da fazenda, Fernando Haddad; a presidente da Caixa, Rita Serrano, e os diretores do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Nelson Barbosa e Tereza Campello – tiveram uma reunião fechada com empresários do varejo.
Associados do Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV), entre eles representantes do Magazine Luiza e Livraria Cultura, estavam entre os presentes e discutiram com o governo temas como o alto nível dos juros no país, a concessão de crédito, a reforma tributária e a lealdade concorrencial no setor.
Após a reunião, Geraldo Alckmin, vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, falou com a imprensa. Segundo a Agência Brasil, Alckmin disse que não há razão para o atual patamar da taxa básica de juros, a Selic, que está em 13,75%, e sobre a meta de inflação. “O juro não está parado, o juro real está subindo há vários meses, porque à medida em que fica parada em 13,75% a Selic e a inflação está caindo, o juro real está subindo no Brasil sem nenhuma razão para isso”, disse.
A regressão dos juros no curto prazo também é uma preocupação do setor varejista. “Nós notamos que vários programas que serão bons para o varejo, para o mercado, dependem disso também, não só a questão da Slic, mas o juro praticado no cartão de crédito, que é muito elevado”, disse Jorge Gonçalves Filho, presidente do IDV.
Vale lembrar que nos últimos dias, Luiza Helena Trajano pressionou o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, sobre a redução dos juros básicos do país dizendo que já ligou para ele “mais de 20 vezes” e prometendo ligar quantas vezes for necessário.
Durante o encontro de ontem, Gonçalves Filho destacou que as vendas no varejo tiveram uma regressão no primeiro quadrimestre do ano e que foram apresentadas as possibilidades de retomada. Segundo ele, o governo e o setor varejista também trabalham num plano de conformidade. “Para que as empresas estrangeiras, plataformas digitais e comércio estrangeiro que estejam no Brasil participem, invistam e paguem os impostos. Então, não queremos nada mais do que ser isonômico em termos de competição”, disse, explicando que o plano deve entrar em vigor em julho.
Para Gonçalves Filho, a reunião com o presidente foi produtiva, opinião compartilhada por Sérgio Herz, CEO da Livraria Cultura. “Foi um encontro muito produtivo. Não tenho dúvidas de que o varejo brasileiro colherá bons frutos desse trabalho que está sendo feito em conjunto com o governo brasileiro”, disse Herz ao PN.
