IPA Prix Voltaire 2023 anuncia finalistas com trabalhos do Iraque, Turquia, Paquistão, Egito e Irlanda
PublishNews, Redação, 24/04/2023
Lista busca reconhecer iniciativas editoriais que contribuíram significativamente para a liberdade de publicação

A International Publishers Association (IPA) anunciou na última semana – logo depois de um seminário na Feira de Londres sobre a importância da liberdade de publicar – os finalistas do IPA Prix Voltaire 2023, que tem como objetivo justamente homenagear uma pessoa ou organização que tenha contribuído significativamente para a defesa e promoção da liberdade de publicação no mundo.

Kristenn Einarsson, presidente do comitê Freedom to Publish da IPA, ressaltou que “a lista de finalistas do IPA Prix Voltaire 2023 é uma prova para os editores que se arriscam a publicar as obras de outras pessoas e contribuem para nossas sociedades, garantindo que os leitores tenham acesso a várias vozes e perspectivas”.

A lista inclui Mazen Lateef Ali, do Iraque, que montou a editora Dar Mesopotamia, para impressão, edição e distribuição, e “tornou-se um membro estabelecido e respeitado da comunidade cultural do Iraque”. Em 2020, ele foi sequestrado à mão armada, e não há notícias de seu paradeiro desde então.

A editora turca Günışığı Kitaplığı, especializada em literatura contemporânea para crianças e jovens, é outra finalista. Na última década, a empresa teve vários livros retirados das listas de leitura escolar, submetidos à pressão das mídias sociais e proibidos de serem vendidos em plataformas on-line e em feiras de livros. A editora luta contra sete casos separados de proibições efetivas de livros considerados “nocivos para menores”.

A jornalista, autora e editora paquistanesa Mehr Husain também teve seu trabalho reconhecido. Além de pressionar o governo do seu país para ajudar os autores locais, ela fundou a Zuka Books, que visa criar uma ruptura cultural ao defender a liberdade de expressão criativa, a igualdade de gênero e a publicação inclusiva. É a primeira editora a publicar livros sobre esses temas no Paquistão e conseguiu gerar um diálogo nacional com foco na inclusão e empoderamento feminino.

O quarto finalista é Ahmed Mahmoud Ibrahim Ahmed, do Egito. Ele é um jovem autor, fotógrafo e co-fundador da Kotopia, uma editora egípcia, criada em 2016 e dedicada à publicação de livros em diferentes gêneros. Ahmed foi preso na Arábia Saudita durante a Feira Internacional do Livro de Riade em outubro de 2022 sem justificativa. Posteriormente ele foi solto e voltou para o Egito em março.

Por fim, completa a lista de indicados a editora Mercier Press, da Irlanda. Fundada em 1944 por Seán e Mary Feehan, a editora desafiou o dogma católico que dominava a sociedade irlandesa, bem como a censura no país e publicou diversos livros sobre assuntos anteriormente não discutidos, como abuso de drogas, violência doméstica, os direitos das mulheres e o abuso sexual clerical.

O vencedor leva para casa £ 9 mil (aproximadamente R$ 57,7 mil) e será conhecido em 22 de maio durante o World Expression Forum (WEXFO), na Noruega.

[24/04/2023 10:00:00]