A história das ‘Diretas Já’
PublishNews, Redação, 30/03/2023
‘O girassol que nos tinge’ argumenta que as praças coalhadas de gente garantiram a participação popular no processo que pôs fim a duas décadas de ditadura

Em 1984, durante a ditadura militar, um documento produzido pela classe artística declarava o desejo da sociedade de "usar o amarelo das flores sem medo, o girassol amarelo que nos guia, tinge e alimenta", logo depois da luta pelo voto direto para presidente. A metáfora captava o anseio daqueles que, saindo às ruas em busca da democracia, inauguraram a maior manifestação popular do Brasil: as Diretas Já. Diversos acontecimentos convergiram para a eclosão do movimento, tais como a insatisfação com o regime militar e com a economia, a influência da redemocratização na Argentina e a proposta de emenda constitucional do deputado Dante de Oliveira, de março de 1983. Esses aspectos criaram as condições sociais que culminaram na campanha das Diretas Já, que tomou as principais cidades do país. Às vésperas dos quarenta anos do movimento, o jornalista Oscar Pilagallo analisa na obra O girassol que nos tinge (Fósforo, 448 pp, R$ 99,90) o curso histórico de tais acontecimentos, mostrando como a vontade de votar para presidente estava nas mais diversas esferas da sociedade civil. Pilagallo enfoca, em tom de crônica, os principais atores envolvidos, reconstituindo a contribuição de políticos, músicos, artistas, estudantes, jornalistas, publicitários e atletas, muitos dos quais atuantes em nossa vida pública até hoje. O livro traz ainda fotografias da época, além de uma cronologia e apêndices informativos sobre a carreira posterior dos protagonistas.

[30/03/2023 07:00:00]