Pedra, papel, tesoura (Roça Nova, 192 pp, R$ 62 - Trad.: Laura Jahn Scotte), obra da escritora argentina Inés Garland, apresenta um testemunho íntimo, narrado em primeira pessoa, sobre a transição entre infância, adolescência e idade adulta, tendo como pano de fundo o período da ditadura militar argentina, instaurada em 1976 e que duraria sete anos no país, até o ano de 1983. A tratativa do regime militar, no entanto, é feita de forma indireta. Este é um romance sobre descobertas — da amizade, do amor, do sexo — e sobre perdas. Nele, o leitor acompanha os embates da protagonista, Alma, uma menina nascida e criada na elite bonaerense, dividida entre a rígida educação católica da escola particular, a expectativa de seus pais conservadores e a paixão secreta por uma rapaz de outra classe social. Alma vê esses universos perderem o contorno e se fundirem ao passo que começa sua trajetória de amadurecimento e a ver o mundo para além do seu entorno.