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Examinando a tradução
PublishNews, Redação, 13/12/2022
Historiador francês Roger Chartier examina casos notáveis de mobilidade em traduções de autores como Castiglione, Cervantes e Shakespeare, sempre apoiado em erudição e paixão pelo livro

São muitos os agentes que, de alguma forma, interferem no processo de produção dos livros. No circuito editorial da Europa moderna, o texto do autor materializado em obra só chegava às mãos do leitor após passar por diversos intermediários: censores, copistas, editores, impressores, revisores etc. Sabendo disso, o historiador Roger Chartier examina o problema da mobilidade das obras do ponto de vista da tradução dos textos entre os séculos XVI e XVIII, o que dá origem ao livro Editar e traduzir: mobilidade e materialidade dos textos (séculos XVI-XVIII) (Editora Unesp, 408 pp, R$ 88 – Trad.: Mariana Echalar). O sentido da investigação levada a cabo pelo autor é abrangente: ele aborda tradução com significado não apenas de passagem das palavras de uma língua a outra, mas também de translação, isto é, qualquer tipo de mudança verificada nos textos (e, por conseguinte, nas obras) ao longo de suas sucessivas versões, até mesmo no registro de uma única língua. Ao longo de oito eixos, Chartier analisa casos notáveis de mobilidade em traduções de autores como Castiglione, Cervantes, Shakespeare, Gracián e Molière, sempre demonstrando vasta erudição no que tange às fontes primárias.

[13/12/2022 07:00:00]
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