A quinta-feira (24) da 20ª Festa Literária Internacional de Paraty viu Annie Ernaux – a prêmio Nobel de Literatura e estrela desta edição – passear pelas ruas da cidade, apresentar o filme Os anos do super 8 (escrito por ela e dirigido por David Ernaux) e tentar disputar a atenção do público com Richarlison e seu voo magnífico (o debate sobre o filme, no cinema do centro histórico, ocorreu no mesmo horário da estreia da seleção brasileira na Copa do Mundo).

Em seu segundo dia de programação cheia, a Casa PublishNews também foi palco de debates sobre o mercado editorial, sempre com casa cheia. O clima de calor permanece em Paraty mesmo com as eventuais pancadas de chuva – fato incomum para a Flip, geralmente sediada no aconchegante inverno do sul fluminense.

De manhã, na Casa PN, o jornalista Toninho Vaz falou para uma plateia participativa sobre o relançamento de Paulo Leminski – O Bandido que Sabia Latim, que volta às prateleiras depois de nove anos de disputas jurídicas, agora pela editora Tordesilhas. Toninho afirma que foi vítima de censura por parte da família de Paulo. Ele também anunciou uma novidade: está trabalhando em uma biografia inédita de Rogério Duprat, maestro do Tropicalismo. Ele diz já ter entrevistado a família do músico e também Tom Zé, um dos seus grandes parceiros. Ainda não há data prevista de publicação.

Bruno Mendes, sócio do PublishNews e do #coisadelivreiro mediou uma conversa sobre Metadados e participação de Ricardo Costa (CEO da MVB Brasil), Maria Borin (consultora para negócios do livro), Andrea Guatiello (gerente de marketing da Alta Books) e - de última hora - Ismael Borges (Nielsen).

Mais tarde, o painel Distribuição e transformação digital: desafios e inovações para múltiplos formatos reuniu Marcelo Gioia (Managing Director da Bookwire), Marcelo Levy (diretor comercial da Editora Todavia), Larissa Helena (Head of Content da Yoto) e Joana de Conti (Head Of Account Management da Bookwire). O destaque do painel – apontando uma tendência também nos debates sobre o mercado editorial em Paraty – foram os audiolivros. Larissa apresentou o Yoto Player – um aparelho que reproduz audiobooks a partir de cartas com chips, que representam cada livro. O aparelho é voltado para a fruição dos livros em áudio para crianças, e ainda não tem distribuição no Brasil.

Após o intervalo para o jogo da seleção brasileira – e o verdadeiro êxtase coletivo testemunhado nas ruas de Paraty – a Casa PN voltou a lotar para assistir o painel O mercado do livro como agente de inclusão e diversidade. O bate-papo descontraído reuniu os autores Pedro Rhuas (Enquanto eu não te encontro / Seguinte) e Alê Garcia (Negros gigantes / Latitude) e os editores Haroldo Ceravolo Sereza (Alameda Editorial), Raquel Menezes (Oficina Raquel) e Larissa Caldin (Primavera Editorial). Na conversa, os autores contaram como usam a escrita para falar de temas necessários e diversos. Já os editores contaram como formaram seus catálogos desde cedo tendo a diversidade como lema. Bibliodiversidade, a diversidade como "moda" (ou não) e a mudança no mercado editorial em relação aos livros publicados também foram temas da conversa que contou também com a participação do público.

Confira algumas fotos da Casa PN na Flip: