Publicidade
Apanhadão: Lilia Schwarcz fala de racismo em livro infantojuvenil
PublishNews, Redação, 24/10/2022
Ancelmo Gois divulga no Globo a nova obra da historiadora; na Folha, o constrangimento de editores e autores pela coincidência de datas entre a Flip e a entrega do Prêmio Jabuti

Lilia Schwarcz | © Divulgação
Lilia Schwarcz | © Divulgação
No final de semana, mais uma vez o colunista Ancelmo Gois, do Globo, trouxe novidades no mercado editorial. Ele informou que branquitude e antirracismo são tratados no novo livro infantojuvenil da historiadora Lilia Schwarcz. Óculos de cor: ver e não enxergar é o novo trabalho da escritora, saindo pela Companhia das Letrinhas, e fala do improvável encontro entre Alvo, um garoto branco morador de bairro rico, e Ebony, uma menina negra que reside num bairro mais afastado e pobre da cidade.

Também no Globo, reportagem falou de "bookishness", uma tendência de o livro impresso ser hoje objeto de desejo e status. A cultura digital estimulou o fetiche pelo livro físico, contrariando previsões. O livro impresso chega aos anos 2020 sem ser engolido pelo e-book e por outros formatos eletrônicos. Com capas cada vez mais elaboradas e coloridas, que inundam posts nas redes sociais, editoras apostam em edições mais luxuosas e repletas de mimos, como pôsteres, capítulos extras e outras atrações.

Na Folha, na coluna Painel das Letras, a discussão que vem à tona é Jabuti e Flip terem escolhido a mesma data e deixarem o mercado aflito com essa concorrência. O maior prêmio literário do país está marcado para novembro, durante a festa de Paraty, dividindo atenções de editores e agentes. A concorrência está centrada no dia 24, data da entrega do Prêmio Jabuti e segundo dia da feira. Muitos profissionais terão que escolher, com algum constrangimento, qual evento priorizar entre dois dos principais do universo dos livros. Ambos são ambientes de prestígio e propícios a fazer bons contatos.

Também na Folha, destaque para a obra Eu sou o monstro que vos fala (Zahar), do filósofo Paul Preciado, no qual ele acusa a psicanálise de domesticar transexuais. O livro traz na íntegra a palestra do filósofo em Paris, em 2019, marcada por reação negativa da plateia. Cerca de 3.500 psicanalistas assistiram perplexos à conferência no qual o filósofo espanhol, convidado a falar na Jornada Internacional da Causa Freudiana, não mediu palavras na crítica ácida que pronunciou contra a opção pelo homem branco heterossexual e burguês como sujeito da enunciação central nos discursos nas instituições psicanalíticas ainda hoje.

No Valor, texto refletiu sobre os paradoxos da liberdade apresentado por Maggie Nelson um livro Sobre a liberdade (Companhia das Letras). O subtítulo, quatro canções sobre cuidado e repressão, anuncia o modo como lida estruturado com grandes seções abordando quatro tema: artes, sexualidade, drogas e clima. Desde o início do livro, a autora estabelece que sua ideia de liberdade não diz respeito a uma realização futuro. mas uma prática contínua do presente, algo já em andamento.

O Estadão trouxe entrevista com a autora Lauren Elkin, que tem no Brasil lançado Flâneuse (Fósforo), o livro no qual narra como é difícil para uma mulher fazer algo simples e comum para os homens: andar pelas ruas das grandes cidades. Ela percorre trajetos em Paris, Tóquio, Veneza e Nova York, além de Londres, onde mora, para entender como se deu a experiência das mulheres na cidade nos últimos séculos. São textos que mesclam crítica literária e ensaios pessoais. atravessados pelas figuras de autoras como Virgínia Woolf e George Sand.

Tags: Apanhadão
[24/10/2022 09:00:00]
Matérias relacionadas
Veja também: como Carla Madeira provoca emoções em seus leitores e notícias do estado de saúde de Luis Fernando Verissimo
Veja também: a repercussão de Milton Hatoum como novo imortal da ABL e Eliana Alves Cruz contribuindo para universo da Turma da Mônica
Veja também: o 'Boobie Goods da Quebrada' e o artigo de Adriana Ferreira Silva sobre os ataques aos livros
Leia também
Executiva atua há dez anos na casa e a sua missão agora é unificar as frentes e comunicação da empresa entre os colaboradores, clientes, editoras e autores
Esses foram apenas alguns dos assuntos debatidos durante os três dias do evento promovido pela Câmara Brasileira do Livro no Guarujá (SP)
Projeto oferece acervo das editoras Ática, Scipione, Saraiva, Formato, Atual e Caramelo para formar novos leitores e apoiar a educação