Também no Globo, reportagem falou de "bookishness", uma tendência de o livro impresso ser hoje objeto de desejo e status. A cultura digital estimulou o fetiche pelo livro físico, contrariando previsões. O livro impresso chega aos anos 2020 sem ser engolido pelo e-book e por outros formatos eletrônicos. Com capas cada vez mais elaboradas e coloridas, que inundam posts nas redes sociais, editoras apostam em edições mais luxuosas e repletas de mimos, como pôsteres, capítulos extras e outras atrações.
Na Folha, na coluna Painel das Letras, a discussão que vem à tona é Jabuti e Flip terem escolhido a mesma data e deixarem o mercado aflito com essa concorrência. O maior prêmio literário do país está marcado para novembro, durante a festa de Paraty, dividindo atenções de editores e agentes. A concorrência está centrada no dia 24, data da entrega do Prêmio Jabuti e segundo dia da feira. Muitos profissionais terão que escolher, com algum constrangimento, qual evento priorizar entre dois dos principais do universo dos livros. Ambos são ambientes de prestígio e propícios a fazer bons contatos.
Também na Folha, destaque para a obra Eu sou o monstro que vos fala (Zahar), do filósofo Paul Preciado, no qual ele acusa a psicanálise de domesticar transexuais. O livro traz na íntegra a palestra do filósofo em Paris, em 2019, marcada por reação negativa da plateia. Cerca de 3.500 psicanalistas assistiram perplexos à conferência no qual o filósofo espanhol, convidado a falar na Jornada Internacional da Causa Freudiana, não mediu palavras na crítica ácida que pronunciou contra a opção pelo homem branco heterossexual e burguês como sujeito da enunciação central nos discursos nas instituições psicanalíticas ainda hoje.
No Valor, texto refletiu sobre os paradoxos da liberdade apresentado por Maggie Nelson um livro Sobre a liberdade (Companhia das Letras). O subtítulo, quatro canções sobre cuidado e repressão, anuncia o modo como lida estruturado com grandes seções abordando quatro tema: artes, sexualidade, drogas e clima. Desde o início do livro, a autora estabelece que sua ideia de liberdade não diz respeito a uma realização futuro. mas uma prática contínua do presente, algo já em andamento.
O Estadão trouxe entrevista com a autora Lauren Elkin, que tem no Brasil lançado Flâneuse (Fósforo), o livro no qual narra como é difícil para uma mulher fazer algo simples e comum para os homens: andar pelas ruas das grandes cidades. Ela percorre trajetos em Paris, Tóquio, Veneza e Nova York, além de Londres, onde mora, para entender como se deu a experiência das mulheres na cidade nos últimos séculos. São textos que mesclam crítica literária e ensaios pessoais. atravessados pelas figuras de autoras como Virgínia Woolf e George Sand.