O Estadão também trouxe entrevista com o escritor italiano Antonio Scurati, que prepara terceiro livro sobre Mussolini. Depois de M: o filho do século e M: o homem da providência, lançados no Brasil pela Intrínseca, o autor fecha trilogia com a queda do poder e o posterior fuzilamento do líder fascista. O escritor chama sua obra de “romance documental”. Isso significa que usa técnicas de ficção, mas apenas para narrar fatos exaustivamente pesquisados e documentados. Além de concluir a trilogia, Scurati trabalha também na adaptação da obra para uma série televisiva na plataforma Sky Studios.
O Valor discutiu o personagem Zé Carioca, que chega aos 80 anos. Há entrevistas com o pesquisador Celbi Pegioraro, autor do livro Quando Walt Disney esteve no Brasil, atualmente em fase de revisão; Paulo Maffia, editor-chefe da Culturama, a editora que publica as histórias em quadrinhos de Zé Carioca desde 2020; e o quadrinista Fernando Ventura, que trabalhou com o personagem de 2000 a 2016. Segundo ele, o politicamente correto passou a influenciar muito o comportamento do Zé Carioca nos últimos anos. “Atualmente é melhor evitar mostrar muito a aversão ao trabalho de Zé, para não fazer disso um lema”, afirma Ventura, um dos coloristas da Culturama e do livro recém-lançado sobre o papagaio.
Na coluna Painel das Letras, na Folha, Walter Porto revelou que, depois de vencer o São Paulo de Literatura com o romance Front (Nós) e ter ficado em segundo lugar no Oceanos por O ausente (Relicário), o mineiro Edimilson de Almeida Pereira publica agora o livro de poemas A vida não funciona como um relógio (Quelônio), voltado ao público infantojuvenil, e em setembro lança Melro, pela Editora 34. Em outubro, ele vai estrear na José Olympio, com O som vertebrado, coletânea de poemas em homenagem a Milton Nascimento, que completará 80 anos naquele mês.
A Folha trouxe também entrevista com o sul-africano Damon Galgut, que ganhou no ano passado o Booker Prize com A promessa (Record). Comparado ao conterrâneo J.M. Coetzee, Nobel de Literatura em 2003, ele fala sobre o romance protagonizado por três irmãos negros, acompanhando a evolução da África do Sul de 1986 a 2018, na transição pós-apartheid. O autor afirma que, depois de uma onda de credibilidade no governo de Nelson Mandela, de 1994 a 1999, o país está hoje mais fragmentado do que nunca. “Todos os partidos são tomados por palhaços”, diz, “e ninguém mais confia que seu dinheiro não ver roubado.”