Clube de Autores inicia operação em Portugal
PublishNews, Thales de Menezes, 19/07/2022
Maior plataforma de autopublicação da América Latina quer entrar no mercado europeu; já em solo português, o CEO Ricardo Almeida explica os próximos passos da empresa do outro lado do Atlântico

Ricardo Almeida | © Divulgação Clube de Autores
Ricardo Almeida | © Divulgação Clube de Autores
Os números do Clube de Autores mostram a força da maior plataforma de autopublicação da América Latina. A empresa trabalha com média de 60 novos livros por dia, chegando a estabelecer seu recorde de 117 publicações em 24 horas. E agora dá um grande passo para a sua expansão, na Europa. O CEO Ricardo Almeida [foto] fez as malas e se mudou para Portugal. Durante este segundo semestre, irá preparar o funcionamento do Clube de Autores com força total a partir do ano que vem.

Ele conta que no meio do ano passado o projeto de expansão começou a tomar forma. “Fizemos muitas pesquisas na América Latina e na Europa. Aos poucos nosso foco foi se concentrando em Portugal e na Espanha.” Segundo ele, a escolha por Portugal seguiu alguns critérios. “Importa muito a infraestrutura à disposição de comércio e produção, o volume de exemplares comercializados e a maturidade do mercado. A questão do idioma foi fundamental, para facilitar a penetração no mercado. Temos 75 mil títulos em português prontos para negociar publicações com agilidade”.

Agilidade é um dos pontos fortes do Clube de Autores, como fica fácil de entender quando Almeida fala de três pilares que sustentam a operação desde seu início, em 2009. “Primeiro, tudo tem que ser automatizado no processo, sem medo do robô. Foi assim que conseguimos manter a empresa com cinco funcionários. Em segundo lugar, o que eu chamo de nomadismo. Eu vou trabalhar agora em Lisboa e o resto da equipe continua espalhado em vários lugares, tem gente em Santa Catarina, no Piauí, onde cada um estiver, fazendo tudo remotamente. E, em terceiro lugar, a confiança do investimento constante num plano de expansão em escala nacional. Quer dizer, agora internacional”, explica.

Apesar dessa declaração que defende rapidez e eficiência do negócio, ele sente que precisa avançar no solo português com passos firmes, mas sem precipitação. “Temos algumas coisas dentro do processo bem adiantadas. Vamos trabalhar com uma gráfica de Barcelona, isso já está acertado, mas cada passo terá de ser dado com firmeza”. A operação em Portugal, como no Brasil, quer levar os livros autopublicados para grandes redes vendedoras.

O CEO destaca que levar uma empresa a outro país não exige apenas adaptações restritas aos processos de produção e comercialização. O lado cultural pesa bastante. Segundo ele, esses primeiros meses em contato direto com os portugueses será útil também para “entrar na cabeça dos outros”, tanto de editores, autores e seus leitores. “É curioso que o brasileiro gosta de se afirmar liberal e Portugal, para nós, pode passar a impressão de um lugar conservador. Mas basta você reparar na literatura feita em Portugal, nos livros de autores como Mia Couto, Lobo Antunes ou Valter Hugo Mãe, para você perceber a ousadia e a modernidade que ocupam boa parte da produção portuguesa literária portuguesa”.

Autores interessados em autopublicação podem obter informações no site do Clube de Autores.

[19/07/2022 11:00:00]