Aléxis Kiosia é um estreante, mas publica agora depois de muita maturação. Desde 2002 ele já juntava ideias para Bala sete (ou uma elaborada forma de suicídio) (Autografia, 146 pp, R$ 45,90). É uma ficção autobiográfica, com todos os personagens baseados em pelo menos uma pessoa real. A ação reúne um protagonista sem nome, Camila e um narrador que se pretende cúmplice do leitor. Proposto como jornada de autoconhecimento, o texto vai na contramão dos livros de autoajuda. O herói (pode ser chamado assim?) tem seu caminho dividido em duas partes. No início, uma narrativa mais comportada. Depois, é substituída por um encadeamento pretensamente confuso, experimental. Vai de uma paixão adolescente, dessas bem comuns, para se dirigir ao luto, à depressão e a relações desesperadas. O autor assume o desejo de fazer um livro que modifique as pessoas que resolverem ler suas páginas. E transborda inspirações e referências confessas de filmes de Charlie Kaufman e David Lynch.