Certamente, é um livro que mistura elementos de uma forma inusitada. A viagem de Ulisses pelo rio Amazonas (7 Letras, 180 pp, R$ 59) insere referências à mitologia grega num cenário amazônico. A partir dessa proposta, o professor André Gardel, gaúcho radicado no Rio de Janeiro há mais de 50 anos, dá a seu personagem central, um professor de literatura, a missão de percorrer o rio Amazonas em busca de rastros de uma viagem que Ulisses teria feito pela região há 3.200 anos. Nessa fantasia aparentemente delirante, o texto faz conexões entre a mitologia grega e a ameríndia. Mas a aventura fica mais tensa quando o viajante se depara com uma quadrilha que conte crimes ambientais. Autor de 12 títulos de ficção e não ficção, Gardel exibe aqui um flerte com o realismo fantástico.