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O racismo e indústria da beleza
PublishNews, Redação, 21/12/2021
Ao traçar paralelos entre Brasil e EUA, 'História social da beleza negra' relaciona racismo e indústria da beleza, evidenciando as raízes sociais desse conceito sutil da subjetividade feminina negra e do que é considerado belo

Em História social da beleza negra (Rosa dos Tempos, 160 pp, R$ 49,90), a historiadora e teórica do feminismo negro Giovana Xavier explora o surgimento de uma indústria cosmética voltada para a mulher negra nos EUA na virada do século XIX ao XX, período de normatização agressiva da brancura como padrão de beleza universal, de popularização da eugenia e de difusão de valores associados à ideia de supremacia branca. É uma época infame, do sistema Jim Crow de segregação racial, da usurpação do direito ao voto da população negra, dos linchamentos. Nesse contexto, proliferam produtos para clareamento da pele, para alisar cabelo, para ter “boa compleição” ou “melhorar a aparência”. Com sensibilidade e inteligência, na companhia de “mulheres maravilhas da raça”, como Anne Turnbo Malone, Madame C. J. Walker e Anitta Patti Brown, Giovana apresenta uma imagem da criação do que é belo em todas suas contradições, sua força, seu desejo, seu racismo e sua resistência. História social da beleza negra conta com textos introdutórios do historiador Sidney Chalhoub (Harcard/Unicamp) e Luiza Brasil, jornalista e pesquisadora, idealizadora da plataforma Mequetrefismos.

[20/12/2021 07:00:00]
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