Romance de Leonardo Valente conduz o leitor por uma trajetória de reflexões, contradições e realidades não tão reais e ganhará um livro de resenhas com textos de professores e jornalistas publicados sobre a obra
Criogenia de D. ou manifesto pelos prazeres perdidos (Mondrongo, 127 pp, R$ 19), de Leonardo Valente, é narrado em primeira pessoa por alguém que se mostra e se esconde a todo momento. Alguém que ora se revela do gênero feminino, ora masculino. Muitas outras vezes sem gênero, sem identidade, sem identificação. Ao entrar nas páginas do romance, os leitores são sugados por um tobogã de palavras que traduzem o sobe e desce dos sentimentos e emoções de D. o que acreditamos ser verdade, na frase seguinte não é mais. “Uma das coisas mais geniais é a oscilação de gênero de D., personagem que reflete sobre o caos terrível que atravessa transversalmente todos no mundo de hoje”, escreve Maria Valéria Rezende na apresentação da obra. Redes sociais, curtidas,
fake news, comentários nas postagens, tudo isso está presente na história, ao lado de referências como o russo Liev Tolstói e seu clássico Anna Karenina, Gustave Flaubert e sua personagem que ganhou vida própria, Emma Bovary, entre outras, como Hilda Hilst e a introspecção de Clarice Lispector. A obra também será publicada em Portugal pela editora Edições Sem Nome e foi o primeiro romance brasileiro a ser traduzido para o russo antes de ser publicado por aqui. Agora em dezembro, a Mondrongo também lança
Olhares sobre um romance, com 32 artigos, resenhas e análises sobre a obra, feitas por críticos, professores de literatura e jornalistas.