Arthur Conan Doyle morreu em 1930. Sua obra, incluindo as 60 histórias protagonizadas pelo emblemático detetive Sherlock Holmes, portanto, está em domínio público desde 2001 no Brasil. Mas o uso comercial da marca relacionada ao escritor e aos seus personagens é controlado pelo The Conan Doyle Estate. Além disso, pela legislação dos EUA, parte de sua obra só entrará em domínio público em 2022. Isso permite à organização o controle do uso do nome de Sherlock Holmes e outros personagens de Doyle em títulos de filmes, livros e outros produtos. Em 2020, o espólio chegou a processar a Netflix pela adaptação para as telinhas do livro Enola Holmes (Verus), de Nancy Springer.

O escritor Anthony Horowitz é um dos autorizados pela The Conan Doyle Estate a usar a marca. Ele já publicou dois livros que colocam o icônico detetive como personagem principal: Moriarty: Sherlock Holmes está morto e as trevas avançam, publicado no Brasil pela Record, e A casa da seda, pela Zahar.

A partir de 2022, graças a um acordo global e exclusivo com o espólio do autor britânico, a Storytel passará a lançar três novas aventuras de Sherlock Holmes escritas por Horowitz e uma equipe criativa liderada por ele. Os audiolivros sairão antes de possíveis versões impressas ou digitai ou de adaptações para o formato audiovisual.

O acordo de licença com a Conan Doyle Estate dará ao autor e à Storytel acesso à marca e ao vasto conhecimento e experiência da herança de Sir Arthur Conan Doyle. O acordo foi intermediado por Jonathan Lloyd, da Curtis Brown, que representa Horowitz.

Em comunicado, o autor fala um pouco sobre o que está por vir: “Este será o Sherlock Holmes de uma perspectiva muito diferente, permanecendo fiel ao espírito dos livros - que eu sempre amei - mas expandindo a narrativa e a visão de Conan Doyle de formas inesperadas. Estou animado em colaborar com a Storytel, que tem um grande público mundial. Este projeto é uma aventura em si”.

A previsão é que os audiolivros sejam lançados a partir do segundo trimestre de 2022.