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Amor e sacrifício
PublishNews, Redação, 24/05/2021
Livro vencedor do Women's Booker Prize 2018 conta a história de duas famílias e mostra que nacionalismo e cidadania são um privilégio, não um direito de nascença

Isma é a irmã mais velha. Aos 19 anos, com a morte da mãe, passou a olhar pelos irmãos menores, os gêmeos Aneeka e Parvaiz, muito ligados entre si. Ingleses muçulmanos de ascendência paquistanesa, eles moram na periferia de Londres. As irmãs usam hijab, um lenço ao redor da cabeça que cobre as orelhas, pescoço e o cabelo. Aos 28 anos, Isma decide pela realização de seu projeto pessoal e se muda para cursar doutorado nos EUA. A bela e irriquieta Aneeka, então com 19 anos, estuda direito com bolsa de estudos na prestigiosa LSE. Parvaiz, que trabalha como ajudante em uma quitanda e com um gravador sai a recolher os sons do mundo, é recrutado pelo Estado Islâmico. Sai em busca do legado daquele pai ausente que não conheceu, um jihadista que morreu enquanto era transportado a Guantanamo, prisão norte-americana na ilha de Cuba. Nacionalismo e cidadania são um privilégio, não um direito de nascença na obra Lar em chamas (Grua, 288 pp, R$ 59,90 - Trad.: Lilian Jenkino), história em que se acompanha não apenas a devastação de duas famílias, mas também histórias de amor incondicional e sacrifícios. Entre irmãos, entre pai e filho, entre amantes. Ao adaptar a tragédia Antígona, de Sófocles, para Inglaterra contemporânea, Kamila Shamsie construiu um romance pujante e arrebatador, vencedor do Prêmio Women’s Prize for Fiction 2018.

Tags: Grua, romance
[24/05/2021 07:00:00]
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