Escrito pelo químico Grigory Rodchenkov, 'O protocolo russo' revela todo esquema de manipulação de doping feito com aprovação do governo russo
Sochi, 2014. Um esquema quase que hollywoodiano para burlar o sistema de antidoping dos Jogos Olímpicos de Inverno começa a se desenrolar. Um sistema criado pelo governo russo e encabeçado pelo Dr. Grigory Rodchenkov, o químico responsável pelo laboratório antidoping autorizado pelo COI para fiscalizar justamente os atletas russos. Esse plano serviu para “melhorar” a performance dos atletas do país. Estava tão bem estruturado, que era capaz de produzir recordes mundiais, levando a Rússia a alcançar o topo das competições de elite. Anos depois, a exclusão da Rússia das Olimpíadas de Tóquio surpreendeu o mundo, em parte pela penalidade, que soou forte demais fora dos comitês esportivos. No entanto, uma investigação já se desenrolava nos bastidores.
O protocolo russo (Avis Rara / Faro, 224 pp, R$ 44,90 - Trad.: Carlos Szlak) começou a desmoronar quando a agência antidoping do país foi considerada culpada pelas fraudes de exames nos Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi. Desde então, as revelações emergiram num efeito dominó e todas as participações em eventos esportivos foram suspensas. A Olimpíada deste ano e a Copa do Mundo de 2022. Dr. Grigory narra a história da criação de um sistema altamente tecnológico para potencializar os resultados nos campeonatos internacionais e suas consequências para os atletas. Um protocolo sofisticado de administração de esteroides, orientado por Putin, com o propósito de alçar a Rússia ao topo dos pódios, mas que se transformou na maior humilhação mundial.