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Editores se unem contra pressão da Amazon por mais descontos
PublishNews, Redação, 18/03/2021
Documento redigido pelo grupo Juntos pelo Livro – que reúne mais de 120 editoras – diz que 'condições solicitadas estão muito além das possibilidades'

Na última semana, fornecedores da Amazon receberam uma carta propondo um novo acordo para descontos sobre o preço de capa de livros. Para as editoras que vinham praticando descontos inferiores a 55%, a varejista propôs descontos que variam de 55% a 58% mais 5% de “plano de marketing”.

Nesta quarta, Tomaz Adour, presidente da Libre publicou um artigo no qual defendeu que as editoras digam não à proposta da Amazon e hoje, o grupo Juntos pelo Livro, que reúne mais de 120 editoras, divulgou uma carta de resposta à varejista com o intuito de expor a inviabilidade de aceitar a elevação dos descontos.

No documento o grupo considera as propostas da Amazon “impossíveis de atender” e ressalta que “as condições solicitadas estão muito além das possibilidades”. O grupo destaca ainda a inauguração dos novos centros de distribuição da Amazon. Se por um lado o movimento agilizou e ampliou o trabalho da varejista, por outro onerou ainda mais as editoras “uma vez que agora gastam significativamente mais com logística, em vez de concentrarem as entregas em um único local”. O documento termina reforçando que é possível manter a operação com a Amazon sadia por meio de ações criativas e discutidas com o mercado editorial e pede que o aumento no desconto não seja levado em conta.

No fechamento desta edição, a carta já tinha sido assinada pelas seguintes editoras: Alameda, Aletria, Alfabeto, Aliás, Armazém da Cultura, Arquipélago, Arte Impressa, Associação Quatro Cinco Um, Autonomia Literária, Bamboozinho, Bandeirola, Bazar do Tempo, Belas Letras, BesouroBox, Boitatá, Boitempo, Carochinha, Cartola, Catapulta, Claraboia, Cobogó, Concordia, Contraponto, Cortez, Crivo, (Editora de) Cultura, Dita Livros, Draco, Dublinense, Duna Dueto, DVS, Edelbra, Edições Pinakotheke, EIS, Elementar, É Realizações, Estrela Cultural, Estúdio Água, Évora, Fabbrica de Ideias, Filosofia, Folia de Letras, Francesinha, Geração, GG, Gryphus, Gulliver, Impressões de Minas, Instante, Intelítera, InterVidas, Jaguatirica, Jandaíra, Jardim dos Livros, Jujuba, Libretos, Kinoruss Edicões e Cultura, Kitembo, Laboralivros, Lê, Lendari, Letramento, Livros da Matriz, Luas, Lúcida Letra, Luz da Serra, Matrix, Mauad, Mazza Edições, Memória Visual, Meridional/Sulina, Moinhos, Metamorfose, Monomito, MRN, Mundaréu, NegaLilu, Nós, Nova Alexandria, Numa, Olhares, Páginas, Pallas, Palavras, PanaPaná, Panda Books, Parábola Editorial, Piu, Promobook, Raphus Press, Relicário, Semente Editorial, Senac, Solisluna, Sopa, Sunderman, Sur, Telos, Terceiro Nome, Tomo Editorial, Troia, Ubu, Uni Duni, Valentina, Viajante do Tempo, Volta e Meia, Vermelho Marinho, W4, Zouk.

Confira a íntegra do documento.

A maioria dos editores do Grupo de Editores Juntos pelo Livro recebeu propostas da Amazon de aumentos de descontos sobre os preços de capa, os quais consideramos impossíveis de atender.

A Amazon tem sido uma parceira importante para fomentar a venda de livros no Brasil, com um significativo crescimento nos negócios de todas as editoras. Como membros do Grupo de Editores Juntos pelo Livro, no entanto, ressaltamos que as condições solicitadas estão muito além das nossas possibilidades. Quando negociamos o desconto sobre o preço de capa, na chegada da empresa ao nosso país, o fizemos de maneira transparente e imaginávamos que o percentual estabelecido fosse o teto, salvo em algumas negociações específicas.

Além disso, é importante destacar também que a inauguração dos novos centros de distribuição, se por um lado agilizou e ampliou o trabalho da Amazon, por outro onerou ainda mais as editoras, uma vez que agora gastam significativamente mais com logística, em vez de concentrarem as entregas em um único local.

Estamos certos de que é possível manter a operação com a Amazon cada vez mais sadia por meio de ações criativas e discutidas com o mercado editorial, mas que não levem em conta o aumento de desconto, que já é superior àqueles praticados em outros mercados importantes

[18/03/2021 09:40:00]
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