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A repercussão da morte de Tarcísio Pereira
PublishNews, Redação, 27/01/2021
Livreiro pernambucano morreu, vítima da covid-19, aos 73 anos. Colegas e entidades se manifestaram.

Na edição de ontem, o PublishNews registrou, no Apanhadão, a morte do livreiro pernambucano Tarcísio Pereira. Ele foi fundador da Livro 7, livraria instalada no centro do Recife que funcionou de 1970 até 2000 e que ficou no imaginário coletivo da intelectualidade pernambucana até os dias de hoje. Atualmente, ele ocupava o cargo de superintendente de Marketing e Vendas da Cepe Editora. Ele estava internado no Hospital Português, onde lutou por mais de 60 dias contra a doença. Em consequência da covid-19, Tarcísio sofreu acidente vascular cerebral (AVC), o que prolongou sua permanência no hospital.

A repercussão da morte do livreiro foi imediata entre colegas, autores, editores, autoridades e entidades ligadas ao livro. O jornalista Ricardo Leitão, presidente da Cepe, destacou a amizade de 50 anos que os unia e a importância de Tarcísio Pereira para a Cultura. "Conheço Tarcísio Pereira desde os anos de 1970, quando a Livro 7 ainda era uma pequena livraria em uma galeria da Rua Sete de Setembro. Sua relação com escritores e editoras fez dele uma âncora cultural de Pernambuco. Tinha uma grande preocupação em trazer livros de qualidade do Sudeste do país e sempre teve o cuidado de treinar seus vendedores para que entendessem a importância e a qualidade literária do livro. Não era uma pessoa que apenas vendia livros. Ele os amava e sabia da importância do seu papel na produção literária. Tarcísio foi único”.

O governo do Pernambuco também emitiu nota qualificando o livreiro como “generoso e visionário”. “Através dele e da sua inesquecível livraria, portais foram abertos para os mais diversos tipos de leitores. Com Tarcísio, aprendemos que literatura é conhecimento e saber, mas também é afeto e acolhimento”, diz.

A Câmara Brasileira do Livro também se manifestou por nota. “O mercado editorial brasileiro perde uma figura importante e que deixa um legado para os profissionais do setor e o público leitor do país”, diz o comunicado.

A Livraria da Travessa usou suas redes sociais para lamentar a morte do colega. “[Tarcísio foi] um grande cara. Sua Livro 7 está na história, para onde hoje ele também entra”, diz o post.

“Lá se vai um grande camarada”, lamentou o imortal Antonio Torres, que relembrou da sua primeira noite de autógrafos numa cidade do Nordeste, em 1973: “Quando lá cheguei, Tarcísio correu para pegar as listas dos livros mais vendidos daquela semana, segundo o Diário de Pernambuco e o Jornal do Commercio. Todo sorrisos, ele apontou para o topo de cada uma dizendo: ‘Queria melhores votos de boas-vindas?’ Que grata surpresa: Um cão uivando para a Lua, o meu romance de estreia, estava em primeiro lugar nas duas listas”.

[27/01/2021 09:59:43]
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