Nesta semana, a Feira do Livro de Frankfurt anunciou que a sua edição de 2020 será totalmente on-line, como medida de prevenção contra o novo coronavírus. A Europa se prepara para uma segunda onda da pandemia e medidas mais firmes deverão ser adotadas a partir do dia 1º de outubro. No entanto, a Feira vai para o ambiente virtual. E como ficam os diversos programas que levavam editores e agentes internacionais para uma imersão na Feira? A exemplo do que acontecerá com o Prêmio Jovens Talentos, os selecionados terão espaço na programação virtual e embarcarão para a Alemanha em 2021.

Duas brasileiras foram selecionadas para alguns desses programas. Nathalia Dimambro, editora do selo Seguinte, do Grupo Companhia das Letras, foi selecionada para o Fellowship da Feira e Maria Amélia Jannarelli, sócia da Amelì Editora, para o Invitation Programme.

Para o Fellowship, Frankfurt convidou 16 editores de todo o mundo para participar de um treinamento intensivo, além de uma imersão em diversas atividades de networking durante os dias da feira. Para as edições de 2020 e 2021, a Feira focou em editores de Young Adults. Além dos eventos virtuais em 2020, a agenda dos selecionados incluirá, em 2021, visitas a editoras, agências literárias e livrarias, além de eventos de matchmaking e debates exclusivos. Já o Invitation é pensado para editoras independentes de países em desenvolvimento, em especial da América Latina, África, Mundo Árabe, Ásia e Europa Oriental.

“Fiquei superanimada quando vi que a Feira havia decidido focar esta edição do Fellowship na literatura jovem adulta!”, disse Nathalia ao PublishNews. Ela, que nunca esteve em Frankfurt, conta que fez todo o processo inscrição durante a pandemia, sem saber se a feira iria mesmo acontecer. “Então, foi uma experiência bem diferente”, comentou. “Achei bem bacana que os organizadores deram um jeito de este ano não passar em branco, assim já vamos nos conhecendo e interagindo, para no ano que vem ser ainda mais proveitoso. É uma oportunidade incrível poder trocar ideias com editores, agentes e gerentes de direitos de várias partes do mundo, e espero que essa experiência renda muitos projetos futuros, seja trazendo livros estrangeiros para cá ou levando histórias brasileiras para outros países”, completou.

Para Maria Amélia, que já esteve em feiras como a de Bolonha e de Guadalajara, a viagem em 2021 será diferente: também é a primeira vez que ela estará na de Frankfurt. “Me senti feliz, claro, mas também senti o peso da responsabilidade de estar numa feira dentro do programa, e não apenas como visitante”, disse ao PublishNews. “As expectativas são as melhores possíveis, pensando na possibilidade de aprender (sempre!) e poder trocar com profissionais do mundo todo, o que sempre procurei fazer”, comentou a editora da Amelì, especializada na publicação de livros infantis.