‘A débil mental’, livro da argentina Ariana Harwicz, explora a convivência enlouquecida entre mãe e filha
Em um vilarejo distante de tudo, mãe e filha dependem uma da outra em um círculo de destruição mútua, mas também de afeição.
A débil mental (Instante, 96 pp, R$ 44,90) é história de amor – na qual, porém, um abraço pode acabar em facada. A única saída possível para elas está no amante da filha, o redentor capaz de transformar para sempre a vida de ambas. Na obra, a escritora argentina Ariana Harwicz explora a convivência enlouquecida entre duas mulheres que já estiveram ligadas pelo cordão umbilical, mas agora estão unidas por violência, sexo e todas as pulsões que a sociedade reprime em nós e que aqui explodem de maneira descontrolada.
A débil mental é uma leitura profundamente perturbadora, ainda que repleta de imagens de grande beleza – uma experiência incomum e por isso mesmo viciante. O livro foi publicado originalmente em 2014 e é a segunda parte de uma trilogia “involuntária” – que começou com
Morra amor – chamada por Harwicz de
Trilogia da paixão, pois os livros exploram a relação entre mães e filhos.