Publicidade
No limite da decência
PublishNews, Redação, 21/12/2018
Livro de Reinaldo Moraes leva o leitor a refletir sobre o melhor e o pior dos brasileiros

Polêmico e divertido, Maior que o mundo (Alfaguara, 456 pp, R$ 74,90), novo livro de Reinaldo Moraes, subverte as formas tradicionais de uma boa história. Ele conta a história de Cássio Adalberto, mais conhecido como Kabeto. Depois do sucesso com o romance Strumbicômboli, ele não foi capaz de escrever uma linha sequer do seu novo livro. O motivo: ele não consegue encontrar a primeira frase. A primeira, primordial sentença que irá dar o tom de todo o romance. Numa sexta à noite, ele cruza a cidade a pé até o Farta Brutos, o bar de onde é cliente cativo. Carrega consigo um gravador, onde capta suas impressões — ou qualquer coisa que lhe venha à cabeça. Kabeto, aos poucos, se revela inteiro ao leitor. Sempre no controle da narrativa, ele apresenta ao leitor personagens memoráveis e o conduz por um final de semana insano, cômico e trágico, até finalmente encontrar a fabulosa ideia para seu romance — mesmo que, para isso, tenha de burlar qualquer limite da decência.

Tags: Alfaguara
[21/12/2018 07:00:00]
Matérias relacionadas
'Caminho para o grito' é a obra mais pessoal e corajosa de Jarid Arraes
Desde seu primeiro livro, em 1959, escritor peruano manteve uma produção literária profícua e variada, sempre atenta às movimentações políticas da América Latina e ao contexto global
Em novo livro, Marcelo Rubens Paiva intercala memórias e acontecimentos familiares para construir uma narrativa sobre a paternidade
Leia também
Livro revisa o conceito de 'nostalgia formal' para reescrevê-lo como possibilidade de vitalismos poéticos característicos deste princípio de século XXI
O autor costura psicologia, filosofia, literatura, cultura pop e experiências pessoais em reflexões que nos inspiram a desacelerar e a escutar com mais afeto nosso próprio ritmo interior
Livro 'Os involuntários da pátria: ensaios de antropologia II' é o segundo de dois volumes de uma coletânea de artigos e outros textos escritos entre A inconstância da alma selvagem (2002) e o mês de julho de 2025.