Em
Oryx e Crake (Rocco, 352 pp, R$ 39,90 – Trad.: Léa Viveiros de Castro), Margaret Atwood retoma a ficção especulativa e cria uma distopia absolutamente original. Primeiro de uma trilogia que inclui
O ano do Dilúvio e se encerra com
Maddadão,
Oryx e Crake consolida Margaret Atwood como um dos grandes nomes do gênero ficção científica, com histórias marcadas por questões éticas e morais sobre o futuro da humanidade. O livro se passa num futuro próximo, ainda bastante familiar, mas ao mesmo tempo estranho e bizarro para o leitor. O mundo é apresentado como um lugar pós-apocalíptico e melancólico, habitado por criaturas biologicamente modificadas e tomadas pelo vício. O narrador do romance é o Homem das Neves, um sobrevivente do antigo planeta, que um dia chamou-se Jimmy. No início da trama, ele está em cima de uma árvore, vestindo um velho lençol, lamentando a perda de sua amada Oryx e de seu amigo Crake. Os flashbacks de Jimmy acabam revelando ao leitor que ele testemunhou as experiências genéticas que ajudaram a transformar o planeta num território devastado.