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A autoficção de Natalia Ginzburg
PublishNews, Redação, 12/03/2018
Livro se passa em 1930 e conta a história da família da autora e de inúmeras outras que foram obrigadas a deixar seu lar por conta da guerra que se seguiu

“Neste livro, lugares, fatos e pessoas são reais. Não inventei nada”, escreve Natalia Ginzburg sobre sua obra mais célebre, Léxico familiar (Companhia das Letras, 256 pp, R$ 44,90 – Trad.: Homero Freitas de Andrade), de 1963. Nos anos 1930, como consequência da criação de leis raciais na Europa, inúmeras famílias foram obrigadas a deixar seu lar, tornando-se apátridas ou sendo literalmente destroçadas pela guerra que se seguiu. É nesse cenário que se inscrevem as memórias da autora italiana. Nelas, o vocabulário afetivo de um clã de judeus antifascistas se contrapõe a um mundo sombrio, atravessado pelo autoritarismo. Trata-se de uma história de resistência, uma ficção autobiográfica, narrada em tom menor, e, sobretudo, da gênese de uma das escritoras mais poderosas do nosso tempo.

[12/03/2018 07:00:00]
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