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Um retrato sombrio de um homem comum
PublishNews, Redação, 28/02/2018
Lançamento da Companhia das Letras conta a história do dr. Mahé, um homem preso em sua mundanidade e consumido pela obsessão

Aos 35 anos, casado e com dois filhos, o médico François Mahé ainda mora com a mãe e leva uma típica vida pequeno-burguesa. Certo verão ele decide ir com a família à ilha de Porquerolles, no Sul da França. No entanto, um constante mal-estar o impede de desfrutar o paraíso mediterrâneo. Ao ser chamado para examinar uma mulher no leito de morte, o médico se vê entre uma família humilde e fica fascinado pela mais velha dos três filhos, uma jovem muito magra que usava um vestido vermelho. Começa então uma história de obsessão e crise profunda, e somos levados pela jornada sombria da alma do protagonista. A morte da mãe também abalará as estruturas do dr. Mahé e, com o passar do tempo, ele será impelido a retornar à ilha mediterrânea ano após ano, como que hipnotizado pela garota. Com sua prosa enxuta e fluente, Georges Simenon faz em O círculo dos Mahé (Companhia das Letras, 120 pp, R$ 34,90 – Trad.: André Telles) um retrato soturno da psique de um homem medíocre que vislumbra uma alternativa à banalidade, mas sofre para conseguir alcançá-la.

[28/02/2018 07:00:00]
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