'Os fantasmas', de César Aira, é uma narrativa sobre inocência, desejo e morte com toques de humor e diversão
Um dos principais nomes da literatura argentina contemporânea, César Aira conta, em
Os fantasmas (Rocco, 160 pp, R$ 34,50), uma fábula urbana de cunho social ambientada na Buenos Aires dos anos 1980, mais precisamente num edifício em construção no bairro de Flores. A trama se passa num dia 31 de dezembro e reúne os futuros proprietários, em visita ao prédio; os operários da obra, que, junto com a família do porteiro chileno, ocupam precariamente um dos andares; e os fantasmas, seres incorpóreos que somente alguns personagens conseguem ver, e que também estão em festa naquela véspera de ano-novo. Mais inconvenientes que assustadores, os fantasmas surgem como uma verdadeira legião, saindo de todos os cantos, com rostos inverossímeis e sempre propensos a, sem razão aparente, gargalhar e gritar.
Os fantasmas é uma narrativa sobre inocência, desejo e morte, uma novela original e divertida que César Aira na tradição da ficção fantástica de seu país.