E num é que o ano está acabando? Que ano! Repleto de coisas boas, claro, mas com umas tragédias inexplicáveis, a começar por um golpe de Estado, passando pela caretice consolidada e terminando com um acidente de avião. Tem vezes que só um "PORRA" (desculpa pelo porra, não quero ofender ninguém dizendo porra) é capaz de expressar o que realmente sentimos diante de tamanha distopia.
2017, venha devagarzinho, mas com carinho. Queremos mais eventos como o LER aqui no Rio. Vamos democratizar e divulgar a leitura em todos os formatos. Vamos ouvir a periferia com o projeto maravilhoso Marginow.
Por mais poesia.
Que as pesquisas de leitura mudem e sejam mais realistas (vamos lá, Bíblia é um livro que se lê a vida toda e não dá para entrar na estatística). Que a gente entenda os mais jovens e paremos de impor coisas que eles não compreendem mais, e não tem mais sentido hoje.
Que eu tenha mais empatia para entender os mais idiotas, e que os mais inteligentes tenham mais compreensão comigo. Que os que me acham idiota não queiram a minha morte e que, por mais que eu despreze uma pessoa, nunca pense em matá-la.
Menos preconceito literário e paciência com os diferentes. Mais sustentabilidade para o nosso mercado, afinal viver de compra governamental não é, ou não deveria ser, o sonho de nenhuma empresa. Mais mulheres nos comandos das editoras e livrarias e menos ego. A gente tem um mercado que faz o bem, e dá um orgulho danado trabalhar com livro. Sejamos mais unidos.
Que os teóricos façam e que os operários do livro teorizem mais.
Quero mais tatuagens e também perder uns quilos.
Amém.
Camila Cabete (@camilacabete no Twitter e Instagram) tem formação clássica em História. Foi pioneira no mercado editorial digital no Brasil. É a nova Head de Conteúdo da Árvore e a podcaster e idealizadora do Disfarces Podcast.
camila.cabete@gmail.com (Cringe!)
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