“Um instrumento de resistência contra a exploração capitalista e a desigualdade social.” Assim Ferréz define o seu Manual Prático de Ódio (Editora Planeta, 272 pp., R$ 29,90), em que relata dezenas de histórias de violência que habitam a periferia das grandes cidades. No caso do autor, as franjas da megalópole São Paulo. O fio condutor da história é Régis, líder nato, descolado, que sabe um pouco de tudo da vida de bandido. A ele se juntam outros jovens, cada um carregando os simbolismos da injustiça que a sociedade de consumo estaria, na visão do autor, impondo a quem vive às margens dela. Lançado em 2003 e fora de catálogo há anos, o Manual começou como um conto, que foi crescendo à medida que o autor percebia que as histórias reais da periferia exigiam mais personagens.