O National Novel Writing Month, apelidado carinhosamente nas redes sociais de NaNoWriMo, terminou no último final de semana, após quase 310 mil aspirantes a escritor terem se debulhado durante o mês de novembro para atingir a meta de 50 mil palavras escritas. No mundo inteiro, os participantes marcaram encontros, não apenas online, mas em bares, cafés e escolas, ajudando uns aos outros com problemas de bloqueio, personagens, nós na história etc. O que começou com apenas 21 participantes em 1999 cresceu e bateu a casa dos 160 mil dez anos depois, em 2009. No ano seguinte, eram mais de 200 mil e em 2012 chegou aos 342 mil. Apesar da enorme participação, o site não conseguiu arrecadar o montante de US$ 1,2 milhão que visava no começo do mês – mas chegou perto, já que as doações já ultrapassaram a marca do US$ 1 milhão.

A regra aqui é quantidade, e não qualidade. “Se você quer atingir a meta”, diz um dos organizadores, Andy, ao jornalista do Guardian, “você tem que esquecer seu editor interior”.

O coletivo internacional não atrai apenas escritores, mas também capistas (e “aspirantes a”). O projeto ‘30 capas em 30 dias’ divulgava a cada dia uma capa feita para um dos livros sendo escritos.

Apesar da publicação dos títulos não ser o foco nem o objetivo dos participantes, alguns casos de sucesso já passaram pelo desafio. Sara Gruen, por exemplo, autora do bestseller Água para elefantes, é uma ‘nanowrimer’ de carteirinha. Outros exemplos de livros de sucesso que saíram do NaNoWriMo incluem Wool, de Hugh Howey e The Night Circus, de Erin Morgenstern. Segundo o site, foram mais de 250 títulos publicados.

Não é à toa, portanto, que agências literárias e editoras acabaram apoiando o projeto. Inclusive a plataforma Wattpad passou a apoiar a mobilização esse ano. No Brasil, de acordo com o site do NaNoWriMo, são mais de 3.600 pessoas registradas, mas isso não significa muito, pois vários participantes preferem não escolher uma região. Será que as editoras brasileiras estão de olho nessa nova produção?