Mudanças estruturais vêm marcando o Ministério da Cultura (MinC) desde o ano passado, inicialmente com a saída de Ana de Holanda e chegada de Marta Suplicy e, mais recentemente, com mudanças na política do livro. Porém, antes de Ana e Marta, havia Gil e Juca. Os anos de 2003 a 2010 foram também um período de agitação na cultura brasileira, quando políticas públicas para o setor passaram por grandes transformações.

Com o intuito de recuperar as ideias e manifestações dos então ministros da Cultura Gilberto Gil e Juca Ferreira, a Versal Editores lançou essa semana a coletânea Gilberto Gil & Juca Ferreira – Cultura pela Palavra (600 pp., R$ 65). O livro cobre o período de 2003 a 2010, reunindo artigos publicados na imprensa brasileira e estrangeira por ambos, além de discursos proferidos.

O projeto foi concebido pela Versal, que convidou Armando Almeida, economista e Doutor em Cultura e Sociedade, Maria Beatriz Albernaz, pedagoga e Doutora em Ciência da Literatura, e Mauricio Siqueira, sociólogo e doutor em Política de Ciência e Tecnologia, para serem os organizadores da obra.

Armando Almeida explica que o livro busca dar maior abrangência possível aos temas abordados em entrevistas e discursos da gestão de Gilberto Gil e Juca Ferreira. Entre os destaques do livro, ele aponta a entrevista de Juca Ferreira ao jornal argentino La Nación e o discurso de posse de Gilberto Gil, que ele qualifica como “emblemático, pois é definidor de uma série de linhas tomadas nas gestões.”

E em relação ao futuro do MinC, Armando é otimista. “Marta está fazendo mudanças de forma muito paulatina, ela não mudou todas as equipes de uma vez”, conta o economista, “ela deu uma grande contribuição quando conseguiu aprovar o Vale-Cultura e o Sistema Nacional de Cultura. Ela tem autoridade política grande”.