O negócio digital do momento, a aquisição da Goodreads pela Amazon, causou furor nas redes sociais durante o fim de semana, levando o Publishing Perspectives a publicar um editorial apocalíptico sobre as reações da compra. Logo na quinta, a jornalista Laura Hazard Owen entrevistou não só o CEO da Goodreads, Chandler Otis, como também Russ Grandinetti, VP de conteúdo do Kindle. O título “First do no harm” tentava apaziguar o incêndio emocional.

Sobre o preço pago pela Amazon, a especulação é enorme, com chutes que vão de US$ 150 milhões a US$ 1 bilhão. Porém, o site Digital Book World acredita que não tenha sido uma soma muito significativa, já que não havia muitos concorrentes querendo investir na Goodreads. O DBW publicou também no último final de semana as mudanças que podemos esperar na Goodreads sob o comando da Amazon.

Não deixar concorrentes como Google e Apple comprarem a Goodreads e terem assim acesso a um mundo de dados sobre consumidores pode ter sido uma estratégia utilizada pela gigante americana, mas o DBW aponta as resenhas e rede social como grandes fatores que levaram a Amazon a adquirir a Goodreads. As resenhas são essenciais para a Amazon e vêm recebendo críticas nos últimos meses, e o lado “rede social” do Kindle sempre foi considerado fraco. A Goodreads deve melhorar ambos os quesitos consideravelmente.

As cinco mudanças que devemos esperar, segundo o DBW, são:

- Integração Goodreads-Kindle, tornando a “experiência de descobertabilidade” mais natural (resumido pelo autor como: “Kindle just got more awesome”);

- Integração social, notadamente um ponto fraco do ecossistema Kindle-Amazon;

- Interface. Amazon deve incentivar usuários a compartilharem no Goodreads resenhas e livros do seu e de outros sites;

- Internacionalização da Goodreads, cujo site possivelmente será traduzido para outras línguas;

- Novo modelo de negócios na Goodreads, que agora não terá a pressão de ter que fazer lucro.